Cada um de nós é chamado a ser livre e fazer a diferença no universo

Na Liturgia desta terça-feira da IV Semana do Tempo Pascal, vemos, na 1a Leitura (At 11,19-26), que Lucas acentua que em Antioquia apareceu pela primeira vez o nome de cristãos. Vemos, também que a perseguição que se abateu sobre a Igreja de Jerusalém torna-se providencialmente uma das causas de sua difusão e dinamismo missionário.
Em Antioquia, nasce um novo modelo de Igreja porque supera o perigo de a Igreja se reduzir a práticas judaicas. Esta mudança nasce por obra dos fiéis da base, que leem os sinais dos tempos e compreendem o impulso do Espírito Santo.
No Evangelho (Jo 10,22-30), vemos que Jesus se apresenta como o ‘Bom Pastor’, capaz de deixar as 99 ovelhas sadias para buscar a que se perdeu, que se machucou, encontrando-a; então, Ele a cura, carrega ao colo, salva.
Hoje, Jesus está presente em nossos líderes e autoridades quando exercem seus cargos em espírito de serviço e doação. O verdadeiro líder, pastor, também enfrenta o ‘lobo’, toma posicionamentos quando a dignidade das pessoas e o bem comum correm perigo. As ovelhas dependem da habilidade do pastor para se manterem vivas e seguras. Todos somos chamados a viver a espiritualidade do bom pastor, todos somos ‘pastores’ na família, na religião, na política etc, mas também todos somos ovelhas de Jesus.
“O homem de hoje rejeita com desdém o papel de ovelha e a ideia de rebanho, mas não nota que está completamente dentro. Um dos fenômenos mais evidentes de nossa sociedade é a massificação. Deixamo-nos guiar de maneira indiferente por todo tipo de manipulação e de persuasão oculta. Outros criam modelos de bem-estar e de comportamento, ideais e objetivos de progresso, e nós os seguimos; vamos detrás, temerosos de perder o passo, condicionados e sequestrados pela publicidade. Comemos o que nos dizem, vestimos como nos ensinam, falamos como ouvimos falar, por slogan. O critério pelo que a maioria se deixa guiar nas próprias opções é o que o capitalismo dita ou então todos fazem assim” (Pe. Raniero Cantalamessa).
Cada um de nós é chamado a ser livre e fazer a diferença no universo. O Bom Pastor, que é Cristo, propõe-nos fazer com Ele uma experiência de libertação. Pertencer a seu rebanho não é cair na massificação, mas ser preservado dela. “Onde está o Espírito do Senhor, ali está a liberdade” (2 Cor 3,17).
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.