Meus queridos padres, diácono, religiosos (as),seminaristas estagiários e seminaristas estudantes, amigos (as),
Paz e bem!
Espero que vocês estejam bem de saúde e em todos os seus trabalhos nestes tempos difíceis que estamos vivendo.
Tem saído muitas matérias nas redes sociais que podem confundir os incautos, no que diz respeito ao “abrir nossas igrejas”.
Estes grupos que assim se manifestam, em sua maioria, são pessoas que não tem nenhum compromisso com a Igreja, grupos que nunca colocam seus pés em nossas Igrejas, mas que assumem posturas contrárias apenas para confundir os fiéis e criar divisão na Igreja. São os mesmos que criticam o papa Francisco e a CNBB. Vamos ficar atentos para não sermos enganados.
Neste momento de quase desespero em que o Brasil está se tornando o epicentro da pandemia no mundo (já tivemos mais mortes em 24h do que a Itália), neste momento em que Manaus já se tornou num caos em que nem se levam mais os infectados para os hospitais, pois não existem mais vagas, mas das casas já vão direto para serem sepultados, depois de terem recebido o visto do médico sem nem mesmo tirarem o corpo de dentro dos carros de transportar defuntos e serem enterrados em valas comuns. Uma loucura desesperadora a ponto de neste último sábado o papa Francisco telefonar para dom Leonardo, arcebispo de Manaus, para perguntar sobre a situação catastrófica, principalmente para saber como os pobres e os índios estavam sendo tratados.
E vem estes engraçadinhos e colocam nas redes sociais: “devolvam-nos a Missa“. Como se a Missa fosse algo pessoal em que “eu” recebo Jesus e estou em paz comigo e com o mundo. A Missa, como vimos no último domingo no Evangelho dos discípulos de Emaús, é Jesus se manifestando no “partir o pão”. No gesto solidário de partir o pão e dar de comer ao irmão. Não apenas o pão espiritual, mas o pão comida de verdade em que tantos hoje estão privados.
Em vez de pedirem para “devolver a Missa“, que se coloquem à disposição da Igreja no Brasil e no mundo para ajudar a “dar de comer a tantos que tem fome“, confortar a tantos que estão desesperados, acolher a tantos que não sabem para onde ir e o que fazer.
Não vamos dar ouvidos a estes oportunistas que em vez de somar conosco neste momento tão difícil, criam conflitos levados mais por motivos políticos e ideológicos, do que por motivos verdadeiramente religiosos-espirituais, porque se fossem verdadeiros, diriam: “aceitem minha solidariedade. É o pouco que tenho, mas é aquilo que está em meu alcance para manifestar minha comunhão com Jesus e com a Igreja que sofre”.
Meus queridos irmãos e irmãs permaneceremos como estamos. Oportunamente, na medida em que o quadro for melhorando, daremos novas orientações para toda a Diocese. Peço que ninguém na Diocese tome decisões por própria conta. Chegou o momento certo para vivermos em comunhão, na unidade. Que a pandemia que já nos traz tanto sofrimento e dor, pelo menos seja uma grande oportunidade de vivermos na UNIDADE.
Que Deus os abençoe a todos.
Com profunda gratidão e estima, Frei Luiz.
Fonte: Revista IHU on-line
Imagem: Revista IHU on-line