Com a ajuda divina é possível não sucumbir ao mal, mas, vencê-lo com o bem

Reflexão litúrgica:
Quarta-feira, 26/05/2021
8ª Semana do Tempo Comum

Na Liturgia desta quarta-feira da VIII Semana do Tempo Comum, vemos, na 1a Leitura (Eclo 36,1-2a.5-6.13-19), uma oração inspirada nos salmos que anseia por uma sociedade justa e fraterna. Também hoje, o cristão deve estar em constante renovação refutando a mentira e discernindo entre os projetos de morte e os que edificam os valores do Reino. O cristão é luz e num mundo de tanta escuridão é trevas deve fazer a diferença.

No Evangelho (Mc 10,32-45), vemos que Jesus vai à Jerusalém. Jerusalém, mais que cidade celeste, significa compromisso com o projeto do reino até as últimas consequências. Para chegar lá é necessário, no caminho, mudar o modo de pensar e agir, isto é, converter-se.

Jesus anuncia a sua morte como consequência de toda sua vida. Enquanto isso seus discípulos sonham com o poder e honrarias, suscitando discórdia e competição entre eles. Jesus mostra que a única coisa importante para o discípulo é seguir o exemplo dele: servir e não ser servido. Na nova sociedade que Jesus projeta, a autoridade não é exercício de poder, mas qualificação para serviço que se exprime na entrega de si mesmo para o bem comum.

Os discípulos são fiéis e esperam recompensas, buscam o bem para si e não em si. Buscar o bem para si não é um mal, mal é prejudicar os outros e passar por cima dos valores da dignidade humana, da solidariedade, da justiça e do bem comum. Eles pedem justamente o contrário do que Jesus quer lhes dar, em vez de fazer a vontade de Jesus na terra, querem que Ele faça a deles no céu.

Jesus alerta que não se pode chegar ao poder com falsos discursos, usar de mentiras e falcatruas, pois isso só gerará divisão, exclusão e penalizará os mais fragilizados da sociedade, enquanto que o poder serviço gera alegria e comunhão. Somente se salvarão os que exercerem o poder como serviço. Servir já é reinar com Jesus. Devemos fazer o bem por causa de Deus e não por causa de interesses egoístas. “Jesus despojou-se de si mesmo, tomando a condição de servo” (Fl 2,7). Jesus experimentou em sua vida o abuso do poder da época, por isso Ele é próximo de todos aqueles que, em qualquer ambiente: família, comunidade, sociedade, passaram ou passam pela experiência de um poder psicopático e tirânico. Com a ajuda divina é possível não sucumbir ao mal, mas, vencê-lo com o bem. Se Jesus “passou a vida fazendo o bem” (At 10,38), hoje, com tantos desafios, nós não podemos passar a vida fazendo o bem, mas, sim, multiplicando-o.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.