Deus age nos acontecimentos da história e na vida de cada um de nós

Reflexão litúrgica: terça-feira, 20/02/2024
1ª Semana da Quaresma

 Na Liturgia desta terça-feira, 1ª Semana da Quaresma, vemos, na 1a Leitura (Is 55,10-11), vemos que o tempo de exílio é o tempo de restauração da vida. A Palavra de Deus é como a chuva, é para todos; a Palavra é o próprio Deus. A Palavra é instrumento de transformação, educação e força capaz de gerar vida para um povo estéril e exilado. Deus age nos acontecimentos da história e na vida de cada um de nós.

No Evangelho (Mt 6,7-15), Jesus nos ensina a rezar de forma permanente e amorosa diante da presença do Pai. Ele nos diz que a oração deve expressar nossa maneira de existir, pois o espelho de como rezamos será a forma como viveremos. Vive-se como se reza, portanto, devemos rezar bem para viver bem. A oração precisa ser de filhos, não de escravos, mas de colaboradores, de acolhida, de perdão e, acima de tudo, de amor incondicional. O Nosso louvor na oração não é somente por nossas virtudes, mas, sobretudo, pela misericórdia de Deus que derramou em nós sua graça e seu Espírito Santo. Quando rezamos, Deus nos dá o que precisamos, nem sempre de acordo com o que buscamos. Deus não nos dá necessariamente o que pedimos, mas o que precisamos. A questão é o que precisamos? Maturidade, mais compromisso de entrega pelo Reino de Deus. “Senhor, ensina-nos a rezar”. Face ao pedido que os discípulos fazem, Jesus apresenta uma oração: Nela se mostra o que verdadeiramente vale diante de Deus e deve importar a quem se coloca à sua escuta: seu Reino inspirando os modos de agir dos seres humanos, estabelecendo a partilha e o perdão em todos os âmbitos da vida, fortalecendo a resistência ante as seduções que possam desviar desse caminho. A oração deve ser expressão das efetivas necessidades, na consciência de que o Pai as conhece e acolhe, mas principalmente de que ele oferecerá o Espírito Santo para fortalecer e guiar no caminho de seguir Jesus.

O Catecismo da Igreja Católica, a partir do parágrafo 2.558, nos apresenta as Fontes de Oração, entre elas, a Palavra de Deus, que percorre os seguintes degraus:

1º) Leitura do texto: conhecer, respeitar, situar, será o ponto de partida.

Questão: O que diz o texto? Explicação, exegese.

2º) Meditação: ruminar, dialogar, atualizar (para o eu e o social).

Questão: O que diz o texto para mim, para nós, hoje? Aplicação, hermenêutica.

3º) Oração: súplica, louvor, aqui está a força da Palavra, é viva, mexe.

Questão: O que o texto nos faz dizer a Deus? Nossa resposta à Palavra de Deus.

4º) Contemplação: saborear, enxergar, agir. Ponto de chegada.

Questão: Novo olhar sobre a vida e a história, sobre os fatos. Experiência de Deus, compromisso com o Reino de Deus, para sempre. Ninguém nos tirará a alegria de ser livres.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

 


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.