Na Liturgia desta sexta-feira, 34ª Semana do Tempo Comum, na 1a Leitura (Dn 7,2-14), o profeta Daniel mostra o mistério que governa e julga a história: o ‘Ancião’ é o próprio Deus, cercado por seus anjos, mediadores de sua ação na história. Os ‘livros’, nos quais são registradas as ações das pessoas, são abertos: começa o julgamento. O misterioso ‘filho de homem’ é uma personificação do povo fiel que recebe de Deus o reino que durará para sempre. O Novo Testamento vê Jesus, o instaurador do Reino de Deus, como esse misterioso ‘filho de homem que vem do céu’. Jesus é o Filho amado do Pai que recebe o poder, a glória e a realeza, a quem somos chamados a ouvir e a seguir.
Neste texto, o profeta Daniel apresenta a personificação do povo fiel frente à opressão e à dominação dos gregos, ele anima as comunidades à resistência para que permaneçam firmes na fé e no poder de Deus. A comunidade pode confiar que a última palavra pertence a Deus. “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida” (Lc 21, 19).
O Evangelho (Lc 21, 29-33), descreve os acontecimentos em linguagem apocalíptica extraída dos antigos profetas, mas a mensagem é de esperança e libertação. O mundo e as coisas caminham para uma verdadeira primavera. Sobre as ruínas do mundo que desmorona está Deus construindo o seu reino. A proximidade do reino de Deus, a iminência do dia do Senhor, a segurança das palavras que não passam exige de nós prontidão, vigilância e oração.
Descrevendo em termos apocalípticos o fim de Jerusalém, Lucas não anuncia necessariamente o fim do mundo; apresenta, ao contrário, a queda dessa cidade como etapa decisiva para a inauguração do novo reino de Deus no mundo, como a aurora de uma nova criação. Sabemos, de fato, que esse acontecimento obrigou a Igreja a abrir-se decididamente às nações e a desprender-se do particularismo judaico. É o reino que vem! Toda a evangelização é uma etapa desse reino que progride no ‘aqui’ e ‘agora’.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.