Entre a busca e a incerteza: a devoção às Treze Almas Benditas

De um lado, está a busca de intercessão; de outro lado, paira a incerteza sobre a devoção.  As Treze Almas Benditas têm forte expressão no catolicismo popular, mas a maioria dos devotos costuma desconhecer a origem dessas almas. Limitam-se apenas dizer que são almas poderosas, que intercedem por nós. Em algumas comunidades são comuns as intenções de missas pedindo seu auxílio.

Mas afinal, quem são as Treze Almas Benditas? De antemão, podemos dizer que a sua origem é incerta e obscura. A versão mais comum afirma que as Treze Almas Benditas têm sua origem a partir do incêndio do Edifício Joelma, em 1974, na Zona Leste de São Paulo. Na ocasião, quase duzentas pessoas morreram queimadas. Entre as vítimas, encontraram-se treze corpos no elevador do edifício, impossíveis de serem identificados, devido ao estado de queimadura.

Tempo depois da tragédia a religiosidade popular passou a atribuir poderes miraculosos a essas almas, chamadas a partir do ocorrido de Treze Almas Benditas.

Algumas dúvidas persistem. Podemos confiar nas Treze Almas Benditas? Podemos recorrer a sua intercessão? Para responder as dúvidas, faço duas considerações. Em primeiro lugar, temos que admitir que não se conhece nada com segurança sobre a vida das Treze Almas Benditas. Portanto, não podemos afirmar possível santidade das mesmas, o que torna duvidosa a prática devocional. Em segundo lugar, devemos ouvir a recomendação da Igreja. Essa ensina que devemos recorrer somente os santos reconhecidos pelo Vaticano, cujas virtudes heroicas foram comprovadas.

A religiosidade popular costuma eleger algumas pessoas como santas, sem critério algum, sem verificação rigorosa sobre a história de vida e sobre as virtudes heroicas. A consequência disso é a criação de “santos” cuja história pessoal e a própria santidade de vida são incertas. Por isso, por questão de prudência, procure sempre conhecer os santos. Para saber se o seu santo de devoção é reconhecido pela Igreja, na dúvida, pesquise. Vale à pena uma fé prudente!

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