Queridos peregrinos, neste Segundo Domingo da Quaresma, acompanhamos o relato da Transfiguração do Senhor. Através de uma série de simbolismos, o Evangelho nos oferece uma belíssima catequese sobre Jesus. Em meio aos desafios da missão, é preciso confiar no Mestre e escutar o que Ele diz, sendo-Lhe obediente, pois o projeto de salvação do Pai exige a fidelidade e a perseverança de cada discípulo de Jesus.
No episódio da transfiguração de Jesus, Pedro, Tiago e João testemunham a manifestação de Deus sobre seu Filho ao lado de Moisés e Elias. Moisés e Elias são dois personagens do Antigo Testamento que simbolizam a aliança e a profecia. No Sinai e no Horeb, Moisés e Elias conversaram com Deus. Agora, eles testemunham a glória do Messias e revelam que as Escrituras concentram-se em Jesus. O ponto central do texto é o testemunho do Pai. Ele revela a pessoa em quem se deve crer e o ensinamento que deve-se cumprir. O caminho de Jesus não é triunfalista. Seus discípulos terão que enfrentar as forças que não aceitam o projeto de Deus. Eles experimentarão o medo, a insegurança e o sofrimento da cruz. No entanto, o projeto de Jesus não está fada ao fracasso. A transfiguração de Jesus é o sinal da vitória de Deus. Os projetos de morte e opressão deste mundo não vencerão o projeto de vida e liberdade de Jesus.
Por vezes, queremos viver a alegria da ressurreição sem passar pela cruz. Como Pedro, queremos permanecer no comodismo. (v. 5) Muitos que dizem seguir Jesus não conhecem seu caminho. Para saber quem é Jesus é preciso assumir seu jeito de ser e viver e enfrentar todas as consequências dessa decisão. Só conhece Jesus quem se entrega a Ele, assume sua cruz e coloca-se no seu caminho. Por isso, é preciso escutar o que Ele diz. E o que Jesus diz? Que Ele deve padecer, ser desprezado e morrer para depois ressuscitar. (cf. Mc 9, 12) Jesus só chega à glória depois do sofrimento, inaugurando assim, um novo messianismo, diferente da compreensão predominante da sua época. No caminho do discipulado, o discípulo de Jesus experimenta muitos sinais da vitória do projeto de Deus. Contudo, esses sinais não devem acomodá-lo. É preciso descer do monte, vencer o medo e a perplexidade
PARA REFLETIR – Quais medos precisamos vencer em nossa vida para vivermos com mais autenticidade a nossa fé?
PARA REZAR – Ao longo da semana, renovemos nossa confiança no Senhor com as palavras do salmista:
“Guardei a minha fé mesmo dizendo:
É demais o sofrimento em minha vida.”
(Sl 115, 10)