Eu queria que o céu tivesse horário de visitas

É assim que começa a música nova do Ed Sheeran que se chama “Visiting Hours” (horário de visita) que não sai da minha cabeça. Ele canta a sua saudade por um amigo que partiu e expressa o desejo de reencontrá-lo.

Se houvesse horário de visita no céu, quem você visitaria? Os portões se abrem, você avista a pessoa querida. Ela está mais linda do que nunca. Vocês tem algumas horas juntos. Qual seria sua primeira reação? Você poderia abraçar, apertar, fazer declarações saudosas e amorosas, contar as novidades para ela no palácio divino. Talvez depois de uma longa conversa, você descobriria que a melhor coisa que você poderia fazer pela pessoa visitada é viver da melhor maneira possível nesta terra.

G. K. Chesterton dizia que a melhor maneira de valorizarmos a beleza da vida é perceber que a qualquer momento ela pode ser perdida.

Posso ser sincero? Meu maior medo não é a morte. Meu maior medo é me trair. É passar por esse mundo sem ter vivido e sem ter atingido amorosamente de algum modo as pessoas que eu convivi. Meu maior medo é não deixar um legado de amor. Eu vim a esse mundo não para mostrar que a vida vale a pena, mas pelo que ela vale a pena.

A morte é inflexível minha gente. Ninguém escapará dela. Não adianta protestar e espernear, a morte não faz acepção de pessoas e nós precisamos refletir sobre isso. Os cristãos deste tempo estão reprimindo as reflexões sobre o fim da vida e rejeitando a ideia de morar no céu.

Não podemos encarar a morte simplesmente como um fim. Em Jesus temos uma promessa que afirma: “Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estiver, vocês estejam comigo” (Jo 14,3).

C. S. Lewis disse: “concentrem-se no céu e incluirá a terra”

Toda segunda-feira a Igreja tradicionalmente nos convida a meditar sobre os falecidos e olhar com saudade e carinho para aqueles que partiram antes de nós rumo a pátria definitiva. De quem você se lembra com carinho e que não está mais aqui?

O céu é logo, o céu é lindo e o céu é nosso!

 


Bruno Rafael Rosa, É enfermeiro, Professor na Rede Estadual de Ensino para o curso Técnico em Enfermagem. Cursa o 8° período de Psicologia na Faculdade de Tecnologia do Vale do Ivaí, e ministra palestras em pastorais, movimentos religiosos e projetos de evangelização.