Evangelizar a nossa vida

Jo 1,35-42

Caríssimos:

          No Domingo passado refletimos sobre o Batismo. Como resultado das celebrações do grande jubileu do ano 2000 queremos vivenciar intensamente o nosso Batismo, renovando, com clareza e determinação, o compromisso assumido: fazer presente Jesus Cristo no mundo de hoje. Pelo Batismo forma-se o Povo de Deus, a Igreja.

          Cada membro, na Igreja, tem sua tarefa e função específica, importante e indispensável. A Palavra de Deus, hoje, vem salientar o chamado de Deus, para sermos os construtores do Reino de amor, de justiça e de paz. Deus espera a nossa resposta.

          Somos chamados à vida.  Para Deus cada um de nós é candidato ao seu amor e a ser portador de vida.  Somos chamados a fazer parte da família de Deus pelo Batismo. São os leigos os que formam o Povo de Deus. Qual a vocação dos leigos, isto é, dos cristãos conscientes?  Os leigos tem sua função na Igreja e na sociedade: na família e na sua profissão, para anunciar, pelo testemunho da vida e pela palavra, a mensagem de Cristo. Isto o Concílio nos diz e repete.

          É importante ter presente que a Igreja é de Jesus Cristo. Mas Ele entregou aos que nele acreditaram e foram batizados, o encargo de evangelizar. São os leigos, inseridos no mundo do trabalho, na educação, no lazer, na administração pública e na política, que se incumbem de mostrar, com o seu modo de ser e de agir, a coerência da fé e, assim, são o fermento que fará crescer em número e qualidade a comunidade cristã. A função dos leigos não é de pouca importância; pelo contrário, é indispensável. São os leigos os válidos portadores dos valores comunicados pelo Filho de Deus.

          É da vivência intensa da comunidade, é da contribuição fundamental da família cristã, que surgirão, também, os sacerdotes e as pessoas consagradas para um serviço total ao Povo de Deus, para que não faltem os profissionais da Palavra de Deus, os comunicadores da graça e da presença eucarística de Cristo, que quer animar a sua Igreja pelo Espírito Santo.

          “Era por volta das quatro da tarde”. Vejam só! Os dois que foram ter com Jesus e ver onde morava, ficaram tão marcados por este encontro que gravaram para sempre o dia e a hora de sua decisão de permanecer com Jesus.

          Nós também encontramos Jesus Cristo, especialmente na Primeira Eucaristia e depois, mais conscientes, ao recebermos, na Crisma, o Espírito Santo por Ele prometido. Estes encontros deixaram algo em nosso coração que nos faça dizer com entusiasmo que valeu seguir o Caminho, a Verdade, a Vida?

          Se falhamos um pouco ou muito, eis a oportunidade para renovar o nosso compromisso de escutar a Palavra e praticá-la na vida familiar, na participação em grupos de adolescentes e jovens ou nas atividades pastorais, litúrgicas e catequéticas, e assim iluminar, pelo Evangelho, o exercício de nossa profissão, como serviço à comunidade.

          Como demonstraremos, hoje, no terceiro milênio, a alegria de termos encontrado o Messias? É fazendo da nossa fé o fundamento de nossa participação na construção do Reino trazido pelo Salvador. No dia-a-dia devemos viver o amor, praticar o perdão, evitar tudo o que desune, para unir nossas energias   espirituais e materiais numa colaboração serena e eficaz. Assim seremos praticantes da justiça, seremos promotores do progresso para todos e construtores da paz.

          Somos os evangelizadores do terceiro milênio, para a mensagem de Cristo não ficar esquecida.

               Rainha dos Apóstolos, rogai por nós.

 

Cartas Pastorais
Dom Giovanni Zerbini