Reflexão litúrgica:
quarta-feira da Semana Santa, 13/04/2022
Na Liturgia desta quarta-feira da Semana Santa, vemos, na 1a Leitura (Is 50,4-9a), que o profeta Isaías apresenta uma pessoa anônima (no exílio da Babilônia), chamada por Deus a testemunhar a Palavra da salvação e que, para cumprir essa missão, enfrenta a perseguição, a tortura, a morte. Mas ela confia e guarda a certeza de que o socorro vem do Senhor. Por isso, mesmo quando acusada, tem certeza da vitória. Essa pessoa foi vista como “Servo Sofredor” que pode ser uma pessoa, um povo, ou ambos, mas que teve sua perfeita realização na figura de Jesus. O “Servo Sofredor” é toda pessoa que, por causa de Deus, defende a dignidade da vida e o bem comum e, por isso mesmo, sofre inúmeras consequências. Somente quem experimentou a fraqueza e o sofrimento sabe quanto necessita da ajuda divina.
No Evangelho (Mt 26,14-25), vemos que a liberdade é um dom, mas seu reto uso é uma conquista, é fruto de correspondência à graça divina. Neste sentido, a Semana Santa é a mais trágica celebração da liberdade humana em seu mistério mais profundo, no livre e irrevogável não de Judas e no livre e irrevogável sim de Cristo à vontade do Pai.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.