FÉ (invocação) – OBEDIÊNCIA (caminhar) – GRATIDÃO (dar Graças)

Reflexão litúrgica: quarta-feira, 15/11/23, 32ª Semana do Tempo Comum,
Memória de Santo Alberto Magno, bispo e doutor da Igreja
Dia de Nossa Senhora do Rocio, Padroeira do Estado do Paraná

 Na Liturgia desta quarta-feira, 32ª Semana do Tempo Comum, na 1a Leitura (Sb 6,1-11), as palavras da Sabedoria são dirigidas a todos os que têm autoridade. Serão julgados sobre o modo como a exerceram a serviço dos irmãos mais vulneráveis. Se os chefes dos povos querem tornar estáveis seus governos, devem pôr-se na escola da Sabedoria e esforçar-se por conformar suas ações com a vontade divina. As autoridades participam do próprio governo de Deus e deveriam, por função, tornar viável o exercício da justiça. Esta, na visão bíblica, consiste em salvar os pobres e fracos diante daqueles que os exploram e oprimem. A responsabilidade das autoridades, portanto, é muito grande, pois delas depende a vida do povo. Daí a diferença do julgamento: todos serão tratados com justiça proporcional, de acordo com a repercussão social de seus atos. Os poderosos serão julgados com rigor, porque suas mínimas decisões e atos dependem a liberdade e a vida de muitas pessoas.

No Evangelho (Lc 17, 11-19), vemos a atitude dos dez leprosos que foram curados. Eles observam a lei: “pararam à distância”, obedecem à palavra de Jesus, mas se julgam curados por serem observantes da lei, consideram-se merecedores. Estes representam muitos cristãos, presos a um legalismo mortal que impede a maturidade espiritual. Apenas um retorna para agradecer, reconhece que tudo é dom da bondade e da graça de Deus revelada em Jesus Cristo, volta a Ele, recebe a palavra de salvação e supera a marginalização em que se encontrava.

A lepra, neste episódio, representa o mal que atinge a todos nós, gerando exclusão, pobreza, injustiça e muitos sofrimentos. Mas Deus tem compaixão de todos os que assim se sentem e, com sua graça, nos faz encontrar a vida plena, nos reintegra novamente na dimensão comunitária, seja na família, seja na sociedade. A lepra desaparece quando nos colocamos a caminho, a caminho da fé, da esperança e na obediência à Palavra de Jesus que cura. A cura e a maturidade na fé ocorrem progressivamente, a pessoa vai sendo lapidada e transformando o coração a ponto de se tornar uma pessoa cheia de gratidão. “Curado, voltou glorificando a Deus em alta voz”, reconheceu Jesus como libertador e começou a segui-lo, recebeu não só a cura física, mas a cura da alma, progrediu na fé e passou a ter como horizonte a sua salvação.

Sejamos gratos a Deus por tantas graças recebidas em nossas vidas, mas sejamos gratos, também, a tantas pessoas que estão próximas de nós ou passaram pelas nossas vidas nos ajudando de tantas formas, sejam eles nossos familiares, professores, os que nos evangelizaram, bons profissionais que nos prestaram serviços, amigos de escola, de trabalho e tantos outros.

Enfim, só poderemos dizer maravilhados: “Quão Grande és Tu Senhor! Minha alma canta a Ti, Senhor! Quão Grande és Tu”.

“Graças e louvores se deem a cada momento”.

Nossa Senhora do Rocio, Padroeira do Estado do Paraná

A devoção a Nossa Senhora do Rocio teve início no século XVII, após a elevação de Paranaguá à Vila, em 1648. Durante uma pesca na baía de Paranaguá, um pescador conhecido como Pai Berê pegou em sua rede uma imagem de Nossa Senhora do Rosário. Ele levou a imagem para sua casa e lá se começou a rezar à Virgem. A primeira igreja de Nossa Senhora do Rocio foi edificada em 1813 e o Santuário, em 1920.

O nome Nossa Senhora do Rocio surgiu porque Rocio era o nome do lugar onde morava Pai Berê. A palavra rocio quer dizer orvalho e aquela localidade ficava no perímetro da Vila, onde terminava a povoação e começava a se condensar o orvalho matutino. Mais tarde, o rocio passou a ser interpretado pelos devotos como as graças que Deus derrama do céu por intercessão de Nossa Senhora.

Nossa Senhora do Rocio também passou a ser invocada por seus devotos frente às epidemias. Em 1686, quando os habitantes da Vila de Paranaguá, às margens de sua baía, foram assolados por uma peste, recorreram aos favores da Mãe de Jesus, invocada neste título, para que os livrasse da doença. Desde então, Nossa Senhora do Rocio vem sendo o socorro das aflições dos devotos cristãos paranaenses. A Virgem do Rocio também atendeu aos seus devotos com curas individuais e coletivas, como nos casos da peste bubônica, em 1901 e da gripe espanhola, em 1918.

Por causa de milagres e graças alcançadas pela intercessão de Nossa Senhora do Rocio, essa devoção mariana cresceu cada dia mais. Assim, os bispos do Paraná a declararam padroeira do Estado, em 1939. Depois, em 1977, o papa são Paulo VI concedeu a Nossa Senhora do Rocio o patronato do Paraná.

Em nossa Paróquia, Nossa Senhora do Rocio é padroeira de uma comunidade, e logo, logo, iniciaremos a construção de uma imponente capela dedicada a Ela, cuja a festa em sua honra acontece sempre no dia 15 de novembro.

Oração a Nossa Senhora do Rocio

Mãe do Rocio, agradecemos a vossa intercessão maternal.

Em Jesus, rendemos graças a Deus por todas as bênçãos recebidas.

Mãe do Rocio, olhai para todas as nossas necessidades.

Por vossa intercessão, os céus se abram, e sobre nós orvalhos de bênçãos sejam derramados.

Pedimos por nossas famílias, doentes e excluídos.

Mãe do Rocio, que a Igreja seja cada vez mais fortalecida e sinal de serviço.

Que o reino da paz, justiça e do amor prevaleçam.

Que a misericórdia seja abundante.

Mãe do Rocio, que seguindo o Vosso exemplo, sejamos sacrário de Jesus Cristo. Amém.

Nossa Senhora do Rocio, Padroeira do Estado do Paraná, intercedei por nós!

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

 


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.