Reflexão Litúrgica: Festa da Conversão de São Paulo, Apóstolo
quarta-feira, 25/01/2023
A festa litúrgica da Conversão de São Paulo, apóstolo apareceu no século VI e é própria da Igreja Latina. O martírio do apóstolo dos gentios é comemorado no dia 29 de junho. A celebração do dia 25 de janeiro tem por finalidade considerar as várias facetas do apóstolo por excelência. Ele diz de si mesmo: “Eu trabalhei mais que todos os apóstolos…”, mas também: “Eu sou o menor dos apóstolos… não sou digno de ser chamado apóstolo”.
Paulo, pertence a Jesus desde aquela hora em que, no caminho de Damasco, vencido por Cristo e prostrado por terra perguntou-lhe: “Senhor, que queres que eu faça?” Paulo então passou a pregar e propagar a fé que desejava exterminar. Em poucos segundos de contato direto com Jesus o transformou de um ferrenho perseguidor no maior apóstolo do seu Evangelho em todos os tempos.
Além das grandes e contínuas viagens apostólicas e das prisões e sofrimentos por que passou, devemos a ele, que se autodenomina “servo de Cristo”, a revelação da mensagem do Salvador, ou seja, as catorze epístolas ou cartas. Elas foram como que a Teologia do Novo Testamento, exposta por um apóstolo. Jamais apareceu outro homem que fundamentasse tão bem nossa fé em Cristo, presente na história. Foi ele quem o fez, de maneira insuperável.
São Paulo, apóstolo, depois que descobriu o Cristo em sua vida, não mais o abandonou. Foi um homem apaixonado pela redenção do Senhor. Deixou-se tocar inteiramente pelo Evangelho. Formou muitas comunidades e orientou-as no caminho da salvação. Sua vida é estímulo e testemunho para nossa fé: “É o próprio Cristo que vive em mim”. Essa é também a nossa vocação.
São Paulo, apóstolo, tirou da sua experiência esta consoladora conclusão: “Jesus veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o primeiro. Precisamente por isso encontrei misericórdia. Em mim, especialmente, Jesus Cristo quis mostrar toda sua compaixão, para que eu sirva de exemplo a todos aqueles que pela fé nele alcançarão a vida eterna”.
Na Liturgia da Festa da Conversão de São Paulo, apóstolo, nas Leituras (At 22, 3-16 ou At 9,1-22), vemos que Paulo, após experimentar grande mudança em sua vida, deixa-se conduzir pelo Espírito Santo e se põe a serviço do Evangelho de jesus e do Reino de Deus. Como a semente precisa da terá para nascer, também a Palavra produzirá em nós seus frutos se a acolhermos no coração.
No Evangelho (Mc 16, 15-18), sabemos que o Evangelista Marcos se caracteriza pelo tema do discipulado. A pergunta central que tenta responder, narrando fatos, é: “Quem é Jesus?” Ela vem acompanhada de outra igualmente importante: “Quem é o discípulo de Jesus?”
Os dois adversários que Jesus combate sem trégua nesse Evangelho são as doenças que afligem o povo e os demônios, autores de todos os males. Ora, quando escolhe os doze para que estivessem consigo, Jesus lhes revela também a missão que vão cumprir: curar os doentes e expulsar demônios.
Paulo não pertencia a esse grupo. No entanto, fez mais que todos eles, amparado pela graça de Deus. Foi ele quem percorreu muitos lugares, proclamando o Evangelho a toda criatura. Lucas, autor dos Atos dos Apóstolo, mostra-o como discípulo fiel e criativo do Senhor, que leva o testemunho de Jesus até os confins do mundo.
A missão de Paulo era anunciar Jesus para que as pessoas acreditassem no Filho de Deus, recebessem o batismo e participassem de comunidades cristãs.
São Paulo, Apóstolo, rogai por nós!
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.