Jesus Cristo é a plenitude e o cumprimento da revelação de Deus

Reflexão litúrgica: quarta-feira,
09/03/2022 – 1ª Semana da Quaresma

Na Liturgia desta quarta-feira, 1ª Semana da Quaresma, vemos, na 1a Leitura (Jn 3,1-10), que no século IV antes de Cristo, o povo judeu era dominado e oprimido pela Assíria, país pagão, muito detestado pelos mesmos. Diante disso, muitos achavam que Nínive, capital desse país, deveria ser destruída. Pelo presente, vê-se o futuro, pelo presente, podem-se analisar as consequências futuras. Nínive corre perigo. Qual será o destino, o fim de Nínive? Deus se preocupa com o destino de Nínive, se preocupa com o destino das nações, se preocupa com o nosso destino. Nínive é cada um de nós, é o mundo em que vivemos, é o pecado que nos atinge.

Deus chama Jonas para ser o seu porta voz, Jonas terá uma missão: salvar os ninivitas. Qual método ele usará? O que ensinará? Mesmo com medo e cheio de limites, ele ensina com a vida e com a palavra os caminhos do Senhor. Proclama que a salvação é para todos. Os ninivitas acreditaram em Deus, tomaram consciência do poder de Deus e da necessidade de mudar e, então, Deus compadeceu-se deles.

A disponibilidade dos ninivitas em escutar os apelos de Deus e em percorrer um caminho imediato de conversão constitui um modelo de resposta adequada ao chamamento de Deus. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

No Evangelho (Lc 11,29-32), vemos que não é um sinal maravilhoso que leva as pessoas à conversão, e sim a adesão ao projeto da nova história, manifestado na palavra de Jesus. Deus não nos apresenta outros sinais senão o de Jesus: na sua condição humana, assumida em fidelidade, obediência e amor, faz transparecer a pessoa divina a tal ponto, que Deus está presente em sua própria morte, para ressuscitá-lo.

A fé não se baseia nos milagres, mas na confiança concedida à pessoa de Jesus. O próprio milagre não seria percebido sem uma fé inicial, que ele pode confirmar ou reforçar. A rainha do sul e os ninivitas, que aceitaram prontamente a sabedoria de Salomão e a pregação de Jonas, são-nos propostos por Jesus como exemplos de fé e de conversão interior a imitarmos. Acrescente-se uma precisão: hoje, de fato, o cristão é que deve ser no mundo um sinal que seja apelo à conversão.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.