JESUS REALIZA, NA COMUNIDADE, O QUE REALIZOU EM SUA VIDA TERRENA

Reflexão Litúrgica: Sexta-feira, 05/05/2023,
IV Semana da Páscoa

Na Liturgia desta sexta-feira da IV Semana da Páscoa, vemos, na 1a Leitura (At 13,26-33), o primeiro discurso de Paulo que reflete a estrutura de sua catequese. A ideia chave é a salvação, fruto da ressurreição de Cristo. A história de Israel, conduzida por Deus, é um passado de promessas em tensão para o seu cumprimento. É em Jesus que Deus as cumpre, transformando a história passada num presente que antecipa todo o futuro. Embora conhecendo as promessas, as autoridades de Israel rejeitaram Jesus e o mataram. Deus, porém, o ressuscitou, tornando-o salvador de todas as pessoas. É o que as Escrituras anunciam e os apóstolos testemunham. A profissão de fé expressa nessa catequese não é teoria abstrata; é experiência profundamente ligada à história, onde se revela o acontecimento salvífico e onde Deus nos chama para construirmos o futuro libertador antecipado em Jesus ressuscitado.

No Evangelho (Jo 14,1-6), Jesus se apresenta como o verdadeiro caminho para a vida. Por meio da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A Comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida plena, vida eterna. Jesus realiza, na Comunidade, o que realizou em sua vida terrena. Jesus está vivo na Comunidade, isto é, na Igreja que é seu Corpo Místico e “Ele é o mesmo, ontem, hoje e sempre” (Hb 13, 8), cura, ensina, perdoa e salva. A Igreja é fruto da Ressurreição de Jesus. É o local onde Jesus ressuscitado vive e convive com seus seguidores. Não é um local qualquer e muito menos uma empresa para ganhar dinheiro, mas um local onde se convive fraternalmente, se ama e se tem esperança de vencer todos os obstáculos, pois, em comunhão com Cristo, nós “somos mais que vencedores” (Rm 8, 37).

Nós reconhecemos que a Igreja é de Jesus pelas obras, como nos diz o Evangelho. A Igreja realiza as obras de Jesus Cristo e, por causa da Sua presença na Igreja, ela é capaz de realizar obras ainda maiores. É o que vemos, por exemplo, pela atuação caritativa da Igreja em todo o mundo e, principalmente, entre os mais pobres. Rezemos pela nossa Igreja, para que saibamos amá-la, apesar das imperfeições humanas e, até mesmo, de seus pecados, intercedendo nela a graça de ser cada vez mais fiel ao projeto do Reino de Deus. Sempre é bom lembrar o alerta que o apóstolo Paulo nos faz: “Por isso, vistam a armadura de Deus para que, no dia mau, vocês possam resistir e permanecer firmes, superando todas as provações” (Ef 6, 13).

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.