Reflexão litúrgica: Quarta-feira, 31/05/2023 –
8ª Semana do Tempo Comum, Festa da Visitação de Nossa Senhora
Na Liturgia desta quarta-feira da VIII Semana do Tempo Comum, Festa da Visitação de Nossa Senhora, vemos, na 1a Leitura (Sf 3,14-18), que a Comunidade de volta do exílio inicia uma nova história na qual o próprio Deus estará no meio do povo, como Salvador: “Alegra-te de todo o coração, cidade de Jerusalém, não tenhas medo, Sião. O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, como poderoso Salvador”.
O profeta Sofonias alerta, agora, nesta nova história (Nova Humanidade): cada um deve observar como edifica a sua vida. Assim como cada cristão, hoje, deve edificar sua vida no fundamento que é Jesus Cristo: “Cada um olha como edifica, pois, quanto ao fundamento, ninguém pode ter outro senão aquele que está posto, que é Jesus Cristo” (1Cor 3, 11).
Na 2ª Leitura (Rm 12,9-16b), o apóstolo Paulo expõe as linhas mestras do comportamento cristão, principalmente no que se refere à vida comunitária. A vida cristã deve ser inteiramente penetrada de sincero amor fraterno que, sem fraquezas ou simulações, enfrente todas as situações, sem excluir ninguém. O critério da vivência comunitária será sempre o amor mútuo. Atitude fundamental é sempre honrar, e jamais envergonhar a quem quer que seja.
No Evangelho (Lc 1,39-56), vemos que Maria é proclamada feliz e bendita porque soube ouvir a voz de Deus e cumprir sua vontade. Maria enxerga o que o ‘outro’ precisa, é solidária, faz de sua visita um dom de proximidade e ternura. “Foi às pressas” para se colocar à serviço e “permaneceu” o tempo necessário para edificação do Projeto de Deus.
Enfim, Maria é a habitação viva de Deus no meio dos seres humanos, é a portadora da presença divina que salva. Maria levou Jesus em seu seio, nós devemos levá-lo em nosso coração. Com Maria, chegaremos até Belém.
Peçamos a graça de Deus e a presença do Espírito Santo em nossa vida:
“Ó Senhor, ternura e paz, por meio de Jesus, viestes encontrar o mais profundo de nossa humanidade. Dai-nos a graça de aceitar a parte pobre de nós mesmos e de acolher os irmãos com suas contradições e fragilidades, para que possamos viver em nós mesmos e na relação com as pessoas a expectativa de um novo parto de salvação e testemunhar ao mundo que Ele já está bem perto. Por Cristo, nosso Senhor. Amém”.
Visitação de Nossa Senhora
O mês que a devoção popular cristã dedicou de modo especial ao culto da Mãe de Jesus encerra-se com a festa litúrgica que recorda o segundo mistério gozoso. Maria, solícita na caridade, foi apressadamente visitar sua prima Isabel. Lucas apresenta-nos uma cena muito familiar. Numa cassa, duas mulheres que se encontram, e falam alegres das crianças que esperam. Relembram o passado, falam do presente e sonham com o futuro. Deus está presente nessa realidade tão familiar; manifesta-se nas duas primas. E o próprio Filho de Deus ali está como filho da humanidade para cumprir todas as promessas do passado. Maria e Isabel são sinais dos que esperam com confiança no Senhor.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.