Reflexão litúrgica: quinta-feira
02/12/2021, 1ª Semana do Advento
Na Liturgia desta quinta-feira, 1ª Semana do Advento, na 1a Leitura (Is 26,1-6), vemos que a história é um conflito entre o projeto de Deus junto com seus aliados e o projeto dos homens auto-suficientes que se opõem a Deus. Ele quer construir a cidade justa, expressão de uma sociedade fraterna. Os auto-suficientes, porém, acabam construindo a cidade injusta, expressão de uma sociedade corrompida. A ação de Deus se transforma, então, em julgamento e destruição da cidade injusta, para edificar, no lugar dela, a cidade da justiça. Os pobres e oprimidos, verdadeiro povo que confia em Deus, cantam de alegria, pisando sobre as ruínas da cidade injusta.
No Evangelho (Mt 7,21.24-27), Jesus alerta dizendo que, se o ato de fé pela palavra não for acompanhado de ações, é vazio e sem sentido. Diz, ainda, que construir a casa sobre a rocha é viver e agir de acordo com a justiça do reino apresentada no Sermão da Montanha. Construir a casa sobre a areia é ficar na teoria, sem passar para a prática, enfim, o Evangelho nos mostra duas casas, dois destinos: perdição ou salvação.
Hoje, presenciamos uma multiplicação de religiões e igrejas. Qual é o fundamento? Ou serão pequenas ou grandes portas com grandes negócios? As pessoas que estão naquelas e em nossas igrejas estão encontrando verdadeiramente Deus ou estão sendo domesticadas? As pessoas que estão nas igrejas participam porque querem comprometer-se com a construção do reino de Deus? Ou vão lá ouvir o que querem? Concluo a reflexão com esta palavra de Mahatma Gandhi: “Quando os cristãos viverem a palavra, pedirei o batismo”.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, atualmente é professor do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá.