Não espalhar o mal!

Caríssimos:

          Falar em doenças ninguém gosta. Tratando-se de doenças contagiosas e sem esperança de cura por parte dos médicos, pior ainda.

          No entanto, a realidade traz, para nós, situações que pareciam superadas pelo progresso da ciência. É lamentável constatar que a terrível lepra ainda faça suas vítimas, bastante numerosas, também no território de nossa Diocese.

          Há necessidade da colaboração dos médicos, dos familiares e dos próprios doentes, no sentido de tomar providências urgentes, para não deixar progredir o mal nas pessoas acometidas, mas também no sentido de prevenir o espalhar-se do perigoso e fácil contágio.

          Jesus, hoje em dia, pede a todos nós que usemos de todos os meios para aliviar ou eliminar o mal. É preciso generosidade e muito amor para reintegrar, na sociedade, os irmãos marginalizados pelas doenças. Na visão da Bíblia, a lepra simboliza também o pecado. É este um mal que se alastra como a lepra, se não tomarmos os devidos cuidados.

          A lepra deformava o rosto das pessoas. O pecado estraga o rosto da criatura humana “feita à imagem e semelhança de Deus”.

          O doente de lepra era obrigado a separar-se da convivência familiar e social. Quem se deixa dominar pelo pecado, perturba, com seu comportamento egoísta e violento, a vida da comunidade eclesial. Sim, todo pecado prejudica a harmonia de vivermos como filhos de Deus. Jesus Cristo, Filho de Deus, veio para nos fazer seus irmãos e irmãs, numa família em que o amor é o clima agradável da convivência humana. Todo pecado quebra esta harmonia, porque não deixa circular o ar puro da Palavra de Deus.

          Por sorte temos o Médico Divino que pode, quando nós a Ele recorremos, devolver a saúde da alma. Procuremos espalhar somente as coisas boas. Deste modo colaboramos para construir uma comunidade muito alegre e fraterna.

          Jesus, médico da alma, cura nosso egoísmo.

Cartas Pastorais
Dom Giovanni Zerbini