“No final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a salvação vencerá a condenação” Papa Francisco

Reflexão litúrgica: Quarta-feira, 27/07/2022
17ª Semana do Tempo Comum

Na Liturgia desta quarta-feira da XVII Semana do Tempo Comum, vemos, na 1a Leitura (Jr 15,10.16-21), o drama do profeta Jeremias expressa em oração e confissão. Ele se entregou completamente à atividade profética, mas só encontrou incompreensão e hostilidade. Cansado, ele se dirige a Deus com palavras que brotam de sua interioridade, querendo abandonar a vocação. Deus promete apoio e proteção, e o convida a retomar o caminho e a permanecer inabalável.

Neste texto Jeremias exprime dramaticamente o conflito interior de todos aqueles que desempenham uma missão combatida por outros e pelas próprias dúvidas. É uma aflição desesperadora querer o bem e ser, por isto, combatido por aqueles em cujo favor se procura a salvação. Desafogando a dúvida que o atormenta, Jeremias volta mais completamente a Deus. Compreende que só a confiança incondicional é a resposta verdadeira, heroica, livre, que cumpre a missão: confiar em Deus é lealdade, é fé, é acreditar que “no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a salvação vencerá a condenação” (Papa Francisco).

No Evangelho (Mt 13,44-46), Jesus nos fala do Reino: O maior milagre que Deus nos faz é nos dar a capacidade para mudar a nossa própria história, isto é, a nossa conversão (Lc 15, 17-18). Conversão é inauguração do Reino, chegada do Reino (Mc 1, 14-15). “O Reino está no meio de vós” (Lc 17,21), percebível. Mas se concretizará na vida eterna: “Venha a nós o vosso Reino” (Lc 11,2). “Compreendestes tudo isso?” Devemos entender o mistério do Reino, mas também lutar para que seus valores sejam perenes na sociedade. Estes valores são: vida digna, trabalho, justamente remunerado, liberdade, propriedade digna, direito à associação, direito à manifestação das opiniões, exercício do culto de Deus segundo a própria consciência, participação na vida política. Podemos resumir esses valores em: Civis: vida, integridade, liberdade, igualdade perante a lei; Sociais: educação, saúde, informação, cultura, meio ambiente; Econômicos: terra, alimento, trabalho, moradia.

Neste texto, Jesus nos fala do tesouro que significa paixão, sacrifícios, renúncias, heroísmos etc. “Onde está teu tesouro, está teu coração”. Tesouro é o estado de ânimo de cada um de nós no compromisso com o Reino.

O tesouro valioso é o próprio Jesus, é necessário encontrá-lo para “vender tudo”. Jesus é nosso seguro de vida (contra a morte), este seguro de vida beneficiará outros e a nós mesmos, agora e no fim dos tempos. Quanto à sua mensagem, temos que acolhê-la com discernimento e na sua totalidade, caso contrário, Ele nos faz um alerta: “Não deem aos cães o que é santo, nem atirem pérolas aos porcos; eles poderiam pisá-las com os pés e, virando-se, despedaçar vocês” (Mt 7,6).

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

 


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.