A devoção e o carinho à Virgem Maria são fundamentais à fé Cristã, pois o próprio Jesus pendido na Cruz nos deixa sua mãe como nossa mãe. Este carinho e veneração que temos à Maria não surgiu séculos depois como alguns sugerem, ao contrário, surgiu no início do cristianismo ou até antes, pois o próprio José, esposo da Virgem, sem dúvida era mariano e por ela tinha grande carinho e reverência. Depois, os discípulos de Jesus com certeza a amavam muito. Inclusive, de acordo com a tradição o evangelista Lucas foi responsável por pintar o primeiro Ícone de Nossa Senhora; e os católicos, tradicionais por excelência, herdaram essa devoção dos primeiros cristãos.
Mas também é verdade que levou muitos séculos para essa indispensável devoção ficar bem estruturada. Todavia ao longo da história do cristianismo a devoção mariana foi se alicerçando e muitas formas de devoção surgiram. Maria foi assumindo muitos rostos pelas mais diversas regiões espalhadas pelo mundo. No Brasil sua imagem negra foi achada no rio, no México apareceu como indígena, no Japão foi representada com traços orientais. Podemos concluir com essa observação, que Nossa Senhora está muito próxima de nós e assume as características do povo de seu Filho.
Entre tantos títulos que ela recebeu ao longo da história, hoje celebramos Nossa Senhora Rainha. Mas como surgiu esse título? Vamos descobrir?
A festa litúrgica de Nossa Senhora Rainha foi instituída pelo papa Pio XII em 1954, quatro anos depois da definição do dogma da sua Assunção aos Céus.
O título de Rainha é consequência de sua maternidade divina, porque Maria aceitando humildemente se tornar mãe de Jesus tornou-se a Mãe de Deus que é Rei do universo. Portanto, Maria é Mãe e Rainha que exerce sobre o universo e a cada um de nós uma soberania que lhe foi confiada pelo próprio Cristo.
Por ser mãe de Jesus Maria viveu sem reservas a humildade e o continuo serviço ao Reino de Deus. A coroação foi o prêmio celeste que ela recebeu por ser a humilde serva e Mãe do Senhor. Por essa razão o título de Rainha não estingue o título de Mãe.
Quando foi elevada ao céu, Maria foi coroada como Rainha clemente e generosa que sempre está atenta a nós pecadores, nos escuta e recorre ao seu Filho para nos ajudar. Assim como quando esteve na terra, Maria continua comunicando ao seu filho as necessidades que nos pecadores possuímos e o Filho, assim como nas bodas de Caná, atende-a (João 2,1-11). Ela aprendeu com o filho, que reinar é viver e servir a Deus e aos irmãos.
De acordo com São João Damasceno, Nossa Senhora é Mãe e Rainha porque “quando se tornou Mãe do Criador, tornou-se verdadeiramente soberana de todas as criaturas.”
Maria é Nossa Rainha, mas não como as rainhas do mundo, seu título se expande entre os céus e a terra e sua realeza se diferencia da de Cristo porque a de Cristo é a de Criador e a de Maria é por herança do Sim que garantiu a salvação da humanidade.
Nossa Senhora Rainha, rogai por nós!
Eduardo Correia Nassar, é graduado em Filosofia, atua como Ministro Auxiliar da Sagrada Eucaristia e Catequista na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Rosário do Ivaí PR.