Queridos peregrinos, a Liturgia deste Terceiro Domingo da Páscoa nos convida a perceber a presença do Cristo Ressuscitado em nossa vida de fé. Nós não estamos sozinhos no mundo. O Ressuscitado vive entre nós, como horizonte e sustento da Igreja.
No Evangelho deste domingo, Jesus aparece mais uma vez aos seus discípulos. Novamente, o Senhor se apresenta como o portador da paz, isto é, da plenitude dos bens. (v. 36) Embora, os discípulos já tivessem conhecimento de duas aparições de Jesus, eles ainda não conseguem acreditar na ressurreição do Senhor. O Mestre faz questão de garantir aos seus seguidores que Ele é o crucificado, revelando-lhes as marcas da paixão. (v. 40) Mesmo assim, os onze ainda permanecem espantados. Então, Jesus decide comer com seus discípulos. Esse gesto não revela apenas a veracidade da ressurreição do Senhor, mas a intimidade do Mestre com seus seguidores. Os discípulos do Cristo não estão sozinhos. Por isso, Jesus retoma as Sagradas Escrituras, explica de novo o mistério da Sua Paixão e abre a mente dos onze para que percebam o cumprimento da Palavra do Senhor e tornem-se testemunhas da ressurreição. (v. 48)
Em meio as adversidades da nossa vida de fé, somo reanimados por essa alegre esperança: o Ressuscitado vive entre nós. Como os apóstolos do Jesus, muitas vezes deixamos que o medo e as incertezas nos desanimem. Crer na ressureição não é uma atitude fácil para o homem contemporâneo. O Evangelho deste Terceiro Domingo da Páscoa nos revela que a fé cristã é essencialmente comunitária: embora o Senhor fale conosco no íntimo do nosso coração, é na comunidade reunida que o Senhor se manifesta e dá-se a conhecer. Portanto, precisamos ir ao encontro do Senhor que se revela a nós na oração comunitária, na Palavra partilhada e na Eucaristia celebrada. Quando abrimos o nosso coração para uma autêntica vivência comunitária da fé e fazemos da Igreja uma verdadeira família de Deus, conseguimos perceber o Ressuscitado entre nós e tornarmo-nos verdadeiras testemunhas Dele.