“Ó Senhor, que vossa face resplandeça sobre nós” (Sl 67,2)

Reflexão litúrgica:
Quarta-feira, 28/07/2021
17ª Semana do Tempo Comum

 

Na Liturgia desta quarta-feira da XVII Semana do Tempo Comum, vemos, na 1a Leitura (Ex 34,29-35), que Deus é esplendor, e o contato com Ele torna a pessoa resplandecente, isto é, refletindo a imagem de Deus. Cada um de nós que vive a experiência de Deus é transformado em imagem de Deus refletida em todo bem que faz.

Quando Moisés se aproximou e falou com Deus, recebeu dele as tábuas da Lei, fonte de santidade, mas, dessa experiência não é só Moisés que é beneficiado, ele irradia o bem para toda a humanidade. Quem se encontra com pessoas verdadeiras e cheias de Deus, também vê nelas uma luz interior transparecer-lhes no rosto, isto pode acontecer com todos nós: “Olhai para Deus e sereis radiantes, não serão confundidas vossas faces” (Sl 33,6). Se Moisés cobre o rosto com um véu, somente em Cristo o véu que cobria o Antigo Testamento é retirado para resplandecer a glória de Deus. Cristo é obscuro só para quem o recusa, quem o aceita vê o glorioso esplendor de sua face: “E nós que, com a face descoberta, refletimos como num espelho a glória do Senhor, somos transfigurados nessa mesma imagem, cada vez mais resplandecente pela ação do Senhor, que é Espírito” (2 Cor3,18).

No Evangelho (Mt 13,44-46), Jesus nos fala do Reino: O maior milagre que Deus nos faz é nos dar a capacidade para mudar a nossa própria história, isto é, a nossa conversão (Lc 15, 17-18). Conversão é inauguração do Reino, chegada do Reino (Mc 1, 14-15). “O Reino está no meio de vós” (Lc 17,21), percebível. Mas se concretizará na vida eterna: “Venha a nós o vosso Reino” (Lc 11,2). “Compreendestes tudo isso?” Devemos entender o mistério do Reino, mas também lutar para que seus valores sejam perenes na sociedade. Estes valores são: vida digna, trabalho, justamente remunerado, liberdade, propriedade digna, direito à associação, direito à manifestação das opiniões, exercício do culto de Deus segundo a própria consciência, participação na vida política. Podemos resumir esses valores em: Civis: vida, integridade, liberdade, igualdade perante a lei; Sociais: educação, saúde, informação, cultura, meio ambiente; Econômicos: terra, alimento, trabalho, moradia.

Neste texto, Jesus nos fala do tesouro que significa paixão, sacrifícios, renúncias, heroísmos etc. “Onde está teu tesouro, está teu coração”. Tesouro é o estado de ânimo de cada um de nós no compromisso com o Reino.

O tesouro valioso é o próprio Jesus, é necessário encontrá-lo para “vender tudo”. Jesus é nosso seguro de vida (contra a morte), este seguro de vida beneficiará outros e a nós mesmos, agora e no fim dos tempos. Quanto à sua mensagem, temos que acolhê-la com discernimento e na sua totalidade, caso contrário, Ele nos faz um alerta: “Não deem aos cães o que é santo, nem atirem pérolas aos porcos; eles poderiam pisá-las com os pés e, virando-se, despedaçar vocês” (Mt 7,6).

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.