Oferece o perdão, recebe a paz

 

Caríssimos:

           Ano novo, vida nova.

          Estamos iniciando o novo ano com o Dia Mundial da Paz. Vamos refletir sobre a mensagem de João Paulo II: “Oferece o perdão, recebe a paz”.

          No mundo há ainda muitas áreas de conflitos armados.

          A violência assola as grandes e pequenas cidades. Muito ódio e revanchismo sobrevivem também onde a mensagem do Evangelho foi anunciada e aceita há séculos e milênios.

          Para quem quer viver a autenticidade do Evangelho, sempre se abre uma esperança.

          Fazemos votos para que os governantes possam, acompanhados pelo poder legislativo, realizar somente o que leva ao bem comum de nossas comunidades.

          É o momento de oferecer o perdão. Esquecer as afrontas e ofensas, as lutas verbais e tudo o que acirrou os ânimos durante os pleitos eleitorais.

          É a hora da reconciliação.

          Deus, que, muitas vezes ofendemos e até desprezamos, por nossos comportamentos inconsequentes, perdoa e esquece, quando reconhecemos nossos erros e procuramos agir retamente.

          Para podermos rezar o “Pai nosso”, é necessário perdoar.

          A paz. Não há paz sem o perdão. O perdão oferecido e aceito.

          É claro que a reconciliação não pode ocultar a verdade. Não podemos calar diante dos crimes cometidos: massacre de inocentes, violências contra etnias, opressão e injustiças.

          De outro lado, qualquer demonstração de vingança deve ser rejeitada, porque se torna prolongamento da guerra.

          O perdão é a melhor forma de fazer justiça, não a vingança.

          “Felizes os que promovem a paz.” (Mt 5,9)

          A paz, procurada pela força das armas, é precária e quase sempre à custa do sacrifício de inocentes. É a paz do medo de quem não tem como se defender.

          A paz não significa ignorar a injustiça e não pode ser alcançada por meio da força do poder econômico, que esmaga qualquer reação dos mais fracos, embora numerosos.

          A paz não procede da luta de classe, onde, muitas vezes, o vencedor deixa rastros de ódio e desejo de reverter a situação, criando incompreensões e radicalismos.

          A paz é fruto da consciência de que todos merecemos viver, todos temos o direito ao respeito da dignidade como pessoas, como filhos do mesmo Deus.

          E no âmbito do cristianismo? Há 2000 anos Jesus veio trazer a paz aos homens de boa vontade. Mas, para isto, precisa fazer guerra ao único inimigo verdadeiro, o mal. Arrancando o mal do mundo, teremos as condições de uma paz duradoura. Teremos assim o triunfo do amor, do perdão, da fraternidade dinâmica, que produzirão o progresso para todos.  Esta utopia é possível se, após tantos séculos, conseguirmos assimilar a mensagem do Evangelho, que, cada vez mais, se apresenta atual e eficaz.

          Maria, Rainha da paz, proteja ricos e pobres, poderosos e fracos, para que os que mais tem saibam partilhar, dando, aos mais desprovidos, oportunidade de crescerem com a dignidade de filhos de Deus.

          Maria, Rainha da Paz, rogai por nós.