Perceber a sabedoria divina nos modos diferentes de agir

Reflexão litúrgica: sexta-feira, 15/12/2023
2ª Semana do Advento

 Na Liturgia desta sexta-feira, 2ª Semana do Advento, na 1a Leitura (Is 48,17-19), vemos que se as promessas de Deus não se cumprem, não é porque Deus tenha voltado atrás, mas porque o povo se desviou do projeto divino. Apesar de tudo, Deus continua fiel e agirá novamente como redentor do seu povo.

No Evangelho (Mt 11,16-19), vemos que o povo do tempo de Jesus comporta-se de maneira infantil: acusa João Batista de louco, porque é severo demais; acusa Jesus de boa-vida, porque parece muito condescendente. No entanto, se esquece de examinar as ações de João e de Jesus, que testemunham a realização da vontade de Deus.

Jesus apresentou-se aos homens de seu tempo com uma mensagem nova, diferente dos esquemas habituais. Os simples, os disponíveis, os amigos da verdade a ele aderiram, reconhecendo nele o ponto de chegada de toda a lei antiga. Os outros, mormente os chefes do povo, puseram-se contra ele. Eram pessoas não disponíveis, tinham alguma coisa para defender, algum privilégio para conservar. Não podendo atacar sua doutrina, tentavam destruir sua pessoa. Jejuasse ou aceitasse convites para jantar, fizesse prodígios ou se recusasse a isto, era sempre repetido. A verdade é que sua mensagem impunha uma mudança que esses tais não tinham coragem de realizar. As coisas hoje não mudaram. Jesus ainda é sinal de contradição nos seus. Onde houver injustiça e desordem, o cristão está em contraste com o ambiente: não porque não ame a paz, a justiça, a verdade, mas exatamente porque, ao realiza-las, encontra a oposição dos que têm todo interesse em não as querer. Nem ao ascetismo de João, nem a bondade de Jesus se dobram ao compromisso.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.