Olá queridos leitores!
Esta semana quero partilhar com vocês uma questão que não acontece com frequência, mas que já ouvimos uma ou até mais vezes acontecer. Quando uma criança ou adulto morre é possível batizá-lo?
Sem muitas voltas já vos digo que não! Não se batiza uma pessoa que já não tem vida! Mas então o que fazer, como proceder, o que dizer para as pessoas do ente querido que morreu sem ser batizado?
O cân. 867 nos diz no segundo parágrafo que “se a criança estiver em perigo de morte, seja batizada sem demora”. E ainda o cân. 871 “os fetos abortivos, se estiverem vivos, sejam batizados, enquanto possível”. Assim, na iminência da morte o ser humano que ainda estive vivo independente do seu tempo de vida pode e tem direito a ser batizado. E para estas circunstâncias a Igreja abre muitas possibilidades até mesmo permitindo que o ministro do batismo seja o próprio pai, mãe ou qualquer pessoa que tenha a intenção com que a Igreja realiza o sacramento do batismo: “Na ausência ou impedimento do ministro ordinário, o catequista ou outra pessoa para isso designada pelo Ordinário local pode licitamente batizar; em caso de necessidade, qualquer pessoa movida por reta intenção; os pastores de almas, principalmente o pároco, sejam solícitos para que os fiéis aprendam o modo certo de batizar”.
Mas se mesmo com todas essas possibilidades ainda a pessoa morra antes de ser batizada, como no caso de uma criança no hospital, vale a intenção dos pais ou de quem tem a tutela da criança. O catecismo da Igreja nestas situações nos orienta a confiarmos na misericórdia de Deus! Afinal de contas quem nos resgata para a Salvação, para o Reino de Deus é o próprio Deus, é Cristo Senhor! Se uma pessoa não batizada morre em defesa da fé a misericórdia de Deus faz justiça ao sangue derramado por Cristo. Se uma pessoa ainda trilhando os caminhos e conhecimento da fé morre, a misericórdia de Deus vem ao seu encontro em justiça ao seu desejo de ser cristão. Deus é justo, e é fiel, por isso vem ao encontro de toda e qualquer pessoa que o busca com fé. Mesmo que esta fé no caso de uma criança recém nascidas, que ainda consegue manifestar este desejo, é diante do desejo dos pais que a misericórdia age, e Deus vem também a seu encontro!
Grande dificuldade encontramos pelo fato de sermos movidos por sinais e coisas concretas, palpáveis. Queremos ver para acreditar, no entanto a fé é um mergulhar no mistério de Cristo. Ter fé é ir além das coisas palpáveis, dos sinais, é confiar na presença real e presente de Deus em nossas vidas todos dias e em todos os momentos. Diz o Salmo 49, 15 “Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de suas entranhas? Mesmo que ela esquecesse, Eu contudo não me esquecerei de ti!”. Assim diz Deus para cada um de nós! Deus é fiel, e não nos deixa nem mesmo na hora da morte!
Por isso meus queridos leitores confiemos na misericórdia de Deus nos momentos difíceis da nossa vida e não coloquemos limites no amor que Deus tem por nós, pois Ele nos ama sem limites!
Grande abraço!
Vanderley Itcak, Graduado em Filosofia, Teologia, com especialização em Filosofia e Mestrado em Direito Canônico. Juiz Auditor no Tribunal Diocesano de Palmas – Francisco Beltrão PR.