Põe a semente na terra, não será em vão – frutos virão

Reflexão litúrgica: terça-feira, 31/10/23,
30ª Semana do Tempo Comum

 Na Liturgia desta terça-feira, 30ª Semana do Tempo Comum, na 1a Leitura (Rm 8,18-25), o Apóstolo Paulo afirma que muitos dos “sofrimentos do tempo presente” (nossa realidade), em que “gememos como que em dores de parto”, não devem ser vistos como um fatalismo ou determinismo, mas são oportunidades de crescimento para a “glória que deve ser revelada em nós”. Para alcançar e viver em um mundo novo, não se chega sem uma profunda vida de oração, esforços, tensões e participação.

No Evangelho (Lc 13,18-21), vemos que o reino de Deus fundado por Jesus é um reino que cresce. Saído de um grãozinho lançado por Deus num país obscuro, esteve sob a terra e aí morreu, segundo a lei que preside ao surgimento da vida. Plantou assim suas raízes e depois cresceu, por força de intrínseca vitalidade, estendendo os ramos, primeiro sobre Jerusalém, depois sobre toda a Judéia, a Samaria e até às extremidades da terra.

Estas parábolas retratam a vida em nossa sociedade, pois embora haja crises, obstáculos, hostilidades e resistências, mesmo assim, vale a pena continuar semeando. Não devemos ser imediatistas, mas ser perseverantes. A semente tem uma força por si mesma e se torna árvore frondosa, esta semente é o Reino de Deus. O crescimento do Reino ultrapassa nossas fragilidades, não se baseia na eficiência de nossas organizações, de nossas inúmeras atividades e programas bem elaborados. O Reino de Deus se torna realidade quando escutamos sua Palavra, quando somos humildes, quando vivemos em oração e pedimos a sua graça (grão de mostarda).

Enfim, nossa esperança no Reino de Deus não é um risco, mas certeza, como diz a canção: “Põe a semente na terra, não será em vão, não te preocupe a colheita, plantas para o irmão”.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

 


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.