Quando o humano coopera com Deus, surge um mundo novo, o bem, a salvação

Reflexão: Liturgia do IV Domingo do Advento,
Ano A – 18/12/2022

  Na Liturgia deste Domingo, IV do Tempo do Advento, veremos, na 1a Leitura (Is 7, 10-14), que o profeta interpreta a vinda do Messias como ato de fidelidade de Deus às suas promessas, apesar da infidelidade do povo e de seus líderes. Diante do fracasso da dinastia, o profeta anuncia com esperança: o Senhor fará ressurgir da casa de Davi um rei melhor, e este acontecimento trará a paz a Jerusalém e ao mundo inteiro.

Na 2ª Leitura (Rm 1, 1-7), o Apóstolo Paulo lembra que Jesus é a boa-nova de Deus há tempos anunciada pelos profetas, nas Sagradas Escrituras, mas judeu de nascimento, da família de Davi. O importante nesta leitura está, também, no fato de que a vida de Cristo, segundo a carne – sua passibilidade, sua eventualidade histórica, e segundo o espírito – no poder santificador que lhe vem da ressurreição, é o centro e o objeto do alegre anúncio, prometido pelos profetas, cumprido e realizado pelo próprio Jesus, e depois anunciado pelos apóstolos.

No Evangelho (Mt 1, 18-24), vemos a plena realização da promessa: Jesus é o “Deus-conosco” que vem ao encontro dos homens para lhes apresentar uma proposta de Salvação. Ele nascerá de Maria, esposa de um homem bom, justo e honrado chamado José, descendente de Davi. Jesus é filho de Davi segundo a carne, embora seu nascimento virginal exclua a obra do homem, e é juridicamente filho de Davi só por meio de José que, fisicamente, não é seu pai. José, que é justo, procura em todas as coisas o cumprimento da vontade de Deus, reconhece Jesus como seu filho e, dando-lhe o nome, lhe transmite todos os direitos de um descendente de Davi. O fato demostra como é Deus que opera a salvação, mas também como ela não se concretiza na terra sem a cooperação do homem.

Jesus não é apenas filho da história dos homens. É o próprio Filho de Deus, o Deus que está conosco. Ele inicia nova história, em que os homens serão salvos de tudo o que diminui ou destrói a vida e a liberdade.

“A narrativa da situação de Maria e José não deve ser vista como uma descrição de fatos históricos, mas uma catequese sobre Jesus:

Jesus vem de Deus: sua origem é divina. Maria encontra-se grávida por obra do Espírito Santo.

Missão de Jesus: o nome ‘Jesus’ significa ‘Deus salva’. Ele mostra que vem de Deus com uma proposta de salvação.

O seu Nascimento de uma ‘Virgem’ afirma que Jesus é o Messias anunciado pelos profetas, enviado por Deus para restaurar o reino de Davi.

José desempenha um papel importante: Pela sua obediência silenciosa, realizam-se os Planos de Deus. Confiando na palavra de Deus, penetra na obscuridade do Mistério divino e se incorpora, com plena disponibilidade, no plano salvador de Deus.

A Virgem Maria nos convida a admirar o que o Senhor operou nela e a acreditar na vitória da vida onde nós só enxergamos sinais de morte”.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

Imagem: Pixabay

 


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.