Quem não constrói amor próprio não sabe fazer boas escolhas

No começo da graduação de Psicologia, tive aula com um professor incrível. Suas aulas eram verdadeiras terapias e ainda trago comigo inúmeras anotações que fizeram a diferença na minha forma de pensar. Mas um dia eu ouvi a frase: “QUEM NÃO CONSTRÓI AMOR PRÓPRIO NÃO SABE FAZER BOAS ESCOLHAS” tive um salto interior e disse para mim mesmo: EUREKA! É isso!

Desde então comecei mesmo que tardiamente a reconstrução desse amor que inclusive é bíblico, “e ao próximo como A TI MESMO” lembram? Não existe possibilidade de amar alguém sem que esse amor exista primeiramente em mim e a mim. Eu não consigo comunicar amor se eu não amo quem eu sou.

Amor próprio nada tem a ver com frases do tipo: Eu me basto! Ou pensamentos que reforçam o desapego e autossuficiência como estilo de vida. Quem constrói amor próprio não tem medo de ir na direção do outro, pois entende que amor próprio não é amar mais a si mesmo do que o outro, mas que podemos nos envolver com o outro sem nunca deixar de nos amar.

Eu moro sozinho, e confesso que estar na minha própria companhia é muito bom, mas não faz o menor sentido me isolar no egoísmo e pensar que eu não preciso colecionar momentos agradáveis com outras pessoas. Eu desconfio das pessoas dessa geração estranha que pensam assim, existe muito narcisismo e egoísmo nessa forma de pensar.

Quem não constrói amor próprio não sabe fazer boas escolhas, vai sempre se movimentar impulsionado pela carência e pelos afetos desordenados, mas a construção saudável desse amor nos tira o medo de nos envolver e estabelecer ligações. A construção desse amor nos sinaliza sobre a hora de levantar-se da mesa quando o amor não estiver mais sendo servido nas relações.

Dedique-se na construção desse amor, mas não se feche nele. A geração atual diz que ficou complicado amar. Mas ficar sem amar é algo impossível para nós. Quanto mais amor por si, mais segurança para amar o próximo. Quanto mais o amor próprio for construído, menos descartável e consumível o outro se tornará para nós. Quanto mais amor próprio, mais responsabilidade afetiva. Quanto mais amor próprio existir, mais vontade de deixar o mundo melhor para todo mundo vamos sentir.


Bruno Rafael Rosa, É enfermeiro, Professor na Rede Estadual de Ensino para o curso Técnico em Enfermagem. Cursa o 8° período de Psicologia na Faculdade de Tecnologia do Vale do Ivaí, e ministra palestras em pastorais, movimentos religiosos e projetos de evangelização.