Para os ouvidos do povo, Jerusalém leva impressa no seu nome, como um destino a paz. Os peregrinos a saúdam com paz (Sl 122), o arauto lhe anuncia a chegada do rei e da paz. Jerusalém não aceita a saudação (10, 5-6), não recebe a visita (1, 68). Em consequência, a cidade “compacta” será destruída. Este pranto por Jerusalém faz eco aos da outra destruição.
No evangelho de hoje vemos Jesus chorando ao pronunciar sua trágica predição. Não a pronuncia irado e com sentimentos de vingança. Pode repetir com o Salmo: “Teus servos amam suas pedras, dói lhes até o pó (Sl 102,15); e chora com Jeremias: “Meus olhos se desfazem em lágrimas dia e noite sem cessar, pela terrível desgraça da capital do meu povo, por sua ferida incurável” ( Jr 14, 17).
Jesus nos visita com as mensagens de sua palavra. E nós, embora as tenhamos lido, até várias vezes, relutamos em aceita a paz trazida por Ele. Alcançamos a sua paz, quando perdoamos os nossos inimigos, àqueles que nos difamaram, acusaram-nos de coisas que não fizemos, levantaram falso testemunho, em resumo, fizeram-nos muito mal. Amar tais pessoas nos parece tão difícil que somos tentados a pagar o mal com o mal; decidimos permanecer seus inimigos e ficar esperando para nos vingarmos, às vezes, depois de anos e anos, durante os quais carregamos aquele “peso” em nosso coração. Mas Jesus nos ensina que devemos amar nossos inimigos! Ele nos mostra o exemplo de seu pai que “faz nascer o sol tanto sobre maus como sobre os bons e faz chover sobre os justos e sobre os injustos e completa sua argumentação: Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis?”. Em seguida, aconselha-nos a rezar por eles: “Rezai pelos vossos inimigos. Orai por aqueles que vos perseguem.