Esta é a afirmação do centurião a Jesus no evangelho de hoje. Não por acaso, ela faz parte do ritual da celebração eucarística e todos nós reafirmamos estas palavras sempre que estamos prestes a comungar.
Talvez seja uma das mais eloquentes entre as profissões de fé verbalizadas no evangelho. Veio de um pagão, de alguém que surpreende, pois não se esperava tamanha confiança no Mestre. Porém, ele demonstra a partir de sua própria experiência de vida o quanto crê na autoridade de Jesus, reconhecendo que ela é muito maior que qualquer autoridade deste mundo. Até mesmo que a força do Império que o próprio representava.
A resposta do Senhor para ele, nos aponta uma outra grande verdade de fé: “Seja feito como tu creste”. Não só do poder de Deus dependem as graças e milagres, mas também da nossa fé, da nossa confiança. Isto não porque ele não seja onipotente, mas porque todo milagre concedido pelo Mestre é um sinal de seu Reino, que pede de nós, livre adesão. Até nisto, o Senhor respeita nossa liberdade.
Logo após garantir ao centurião romano uma resposta à sua profissão de fé, Jesus vai à casa de Pedro e, vendo que sua sogra estava de cama, toma-lhe pela mão e a cura. Os gestos do Senhor Jesus aqui são preciosos: um olhar de amor, atenção e misericórdia; um toque de bondade, carinho e cura! Tantas vezes nossas palavras, olhares e gestos ferem nossos irmãos. Outras tantas vezes, são também curativos. Jesus não realiza milagres por realizar ou para, simplesmente, comprovar seu poder, mas para nos ensinar, para nos transformar em verdadeiros discípulos. Em tudo nos da uma lição. Aqui, nos convoca a olhar com amor, tocar com carinho e curar! O milagre, ele realiza, mas a nós, cabe aprender cada gesto que nos torne mais humanos e, por isso, mais cristãos!
Assim que é curada, a sogra de Pedro se coloca a serviço do Mestre. Eis aqui para nós mais uma lição: a gratidão! Gratidão ativa, que nos leva a servir, a multiplicar o bem que recebemos.
O evangelho termina, ainda, com inúmeras outras curas que são a realização da esperança do povo de Deus: “Ele tomou as nossas dores e carregou as nossas enfermidades.” Ainda hoje podemos ter confiança de que o Senhor faz isso por nós! A Palavra de Deus é viva e se realiza também em nossa vida como se realizou na vida do centurião romano, da sogra de Pedro, e dos tantos outros curados por Jesus Cristo de quem os nomes não foram preservados.
Que em nossa vida também seja feito, conforme a nossa fé, para que nos coloquemos a serviço do Senhor e de nossos irmãos e irmãs!