Evangelho Mt 17,14-20

O episódio narrado no evangelho de Mt 17,14-20 apresenta um episódio que os discípulos de Jesus não conseguiram curar um jovem epilético. Sabemos que na bíblia muitas passagens tratam de representar doenças e outras situações desconhecidas com algum tipo de ação demoníaca. Embora, não possamos ignorar a existência do mal, temos a promessa do Senhor de que o poder do maligno nunca superará a sua Igreja. Então, temos em nós, a graça dada por Deus, de triunfarmos sobre o mal.

O ponto central dessa passagem é refletir a condição da nossa fé, que mais de uma vez Jesus, representa como sendo menor que um grão de mostarda. A fé é um dom de Deus, que nos faz confiar em nossa condição de filhos, portanto, acima das forças do mal. O contrário nos faz ter medo do mal ou supervalorizar seu alcance. O medo paralisa e, por isso, os discípulos não conseguiram ajudar o jovem atormentado pela doença.

Com medo vemos o mal maior do que ele realmente é. Era assim no tempo de Jesus, muitos diante de doenças e comportamentos que não compreendiam viam uma força “potente” do maligno. A fé gera confiança, a confiança, por sua vez, coragem. Com fé enfrentamos até o que não entendemos e conhecemos, pois nossa confiança nos vem e está em Deus.

Assim, suplicar pela fé significa uma dupla graça. A primeira de confiar em Deus, colocar Nele nossa esperança. A fé nos projeta para nosso destino, o Reino de Deus, por isso, as coisas do mundo são passageiras nas quais não esgotamos nossa existência. Com fé vivemos como nos diz a Carta aos Hebreus: “É um modo de viver o que ainda se espera…”. A outra graça, talvez a que justamente faltou aos discípulos nesse episódio, é a confiança em si mesmo. Somos imagem e semelhança de Deus, o Senhor nos revestiu da sua graça nos adotando em sua encarnação. É preciso confiar na força divina que está em nós pela graça do batismo, somos configurados a Cristo.

Supliquemos a Deus o dom da fé para vencer todo medo, enfrentar todo mal. Peçamos a graça de confiar em Deus e confiar em nossa humanidade.