Santo Aarão: a voz de Moisés

“Então o Senhor irritou-se contra Moisés: “Não tens Aarão – disse ele – teu irmão, o levita? Eu sei que ele fala bem. […] Tu lhe falarás, lhe porás as palavras na boca. […] É ele quem falará ao povo em teu lugar: ele te servirá de boca e tu lhe servirás de Deus.” Êxodo 4, 14-16

            No primeiro dia de julho a Igreja celebra a memória de um santo do antigo testamento. Aarão foi um membro da tribo de Levi, a qual era responsável pela liturgia dos sacrifícios, e foi usado por Deus para auxiliar seu irmão Moisés na retirada do povo judeu do cativeiro do Egito. Há quatrocentos anos o povo escolhido por Deus estava sob o jugo dos faraós, até que Moisés foi instrumento para liderar a libertação do povo de Israel. Tinha Moisés problemas de dicção e seu irmão, Aarão, intermediava a comunicação entre ele e o faraó.

Quando Deus pediu o regresso de Moisés ao Egito tinha este 80 anos e seu irmão Aarão 83. Após a libertação e já no deserto, subiu o líder ao Monte Sinai para receber as tábuas da lei ficando os hebreus a esperá-lo. Diante da demora de 40 dias, inflamou o povo a Aarão a construir um deus para adoração. Perante a murmuração, Aarão sugeriu que juntassem todo o ouro e fizessem um bezerro de metal fundido para ser adorado.

A ira de Deus foi tremenda, fazendo Moisés quebrar as tábuas da lei escritas pelo próprio Deus. Certamente que, após a narração do capítulo 32 de êxodo, Aarão, como servo de Deus, tenha arrependido. Era o povo hebreu levados à murmuração; devido a isso passaram 40 anos no deserto. Na reta final próximos da chegada à terra prometida, Moisés e Aarão foram rebeldes perante Deus quando aquele feriu a rocha duas vezes para brotar água para saciar o povo. Foi ordenado então que os irmãos subissem ao monte Hor, quando as vestes sacerdotais de Aarão foram despojadas e passadas para seu filho. Expirou Aarão aos 123 anos sem entrar na terra prometida.

A punição dada por Deus aos irmãos e a todo povo de Israel foi que, nas proximidades da entrada de Canaã, todo aquele que saiu do Egito – exceto Josué e Calebe – não entraria na terra prometida, contudo, a realização seria concedida aos seus filhos.

Aarão honrou e zelou por sua função como sumo sacerdote do povo de Israel, arrependeu-se de seus pecados e por isso é exemplo para os sacerdotes. Ele, juntamente com seus filhos, era o responsável por oferecer holocaustos a Deus em expiação pelos pecados do povo hebreu que peregrinou por 40 anos no deserto.

Santo Aarão, rogai pela Igreja e pelos padres para que, assim como vós, eles tenham zelo pela liturgia.


Meyre Fráguas Correa Pereira, natural de Timóteo-MG, atua profissionalmente na rede pública do estado de Minas Gerais como professora de História no ensino básico. Licenciou-se em História pelo Centro Universitário de Caratinga-UNEC em 2018 e atualmente é discente do curso de Pedagogia. Atua na PASCOM da Paróquia São Domingos de Gusmão na cidade de São Domingos do Prata-MG, onde é residente. É amante da literatura e estuda a língua latina.