Um dos santos mais queridos do povo católico, certamente é o frade franciscano Santo Antônio de Lisboa, ou Santo Antônio de Pádua. Nascido na capital do Reino de Portugal, e tendo exercido grande parte do seu apostolado na Itália, o Santo tem muitos devotos no Brasil, por causa da colonização portuguesa e do grande número de descendentes de italianos. Santo Antônio foi conhecido durante sua vida por ter realizado vários milagres, e continua a ser invocado para dar socorro na provação e na necessidade, para achar coisas perdidas, para conceber filhos, para evitar naufrágios, para conseguir casamento. Mas é claro que a devoção vai além dos milagres, é preciso conhecer os ensinamentos e os exemplos do Santo a que se tem devoção.
Santo Antônio nasceu com o nome de Fernando, provavelmente no ano de 1195 em Lisboa. Fez seus estudos com a Ordem dos Cônegos Regulares de Santa Cruz, que seguiam a regra de Santo Agostinho, em Lisboa e Coimbra. Foi brilhante nos estudos de Bíblia e Teologia. Em torno a 1217, entrou em contato com os franciscanos que chegaram a Portugal e tocado pelo exemplo pelos mártires missionários em Marrocos, quis partir em missão neste país, assumindo o nome de Antônio. Lá chegando, foi acometido por grave doença e obrigado a retornar. Na primavera de 1221, participou do Capítulo dos franciscanos em Assis, onde conheceu São Francisco. Antônio então permaneceu na Itália e, em uma ordenação de frades em Forlì, na falta do pregador, fez conhecer a todos a sua grande sabedoria. Com isso, ele foi destinado pela Ordem franciscana ao ensinamento da Teologia nas Universidades da época e à pregação. Em 1227 foi indicado ministro provincial na região da Romanha e passou todo o tempo a pregar na região reunindo sempre mais ouvintes. Em 1230, pediu dispensa da função de provincial para se dedicar exclusivamente à pregação e à oração contemplativa. Sempre trabalhava pelos necessitados e socorria os pobres. Nos seus sermões condenava a avareza, a usura, a inveja, o egoísmo, a falta de ética na administração pública, a opulência dos ricos e a miséria dos pobres.
Santo Antônio morreu em Pádua, a 13 de junho de 1231. Era tão grande a sua fama de santidade, que foi canonizado pelo Papa Gregório IX, já em 30 de maio do ano seguinte. Os seus restos mortais se encontram na Basílica construída em sua honra, em Padova, onde se venera também a sua língua, que tinha sido encontrada incorrupta. Foi proclamado Doutor da Igreja em 16 de janeiro de 1946, pelo Papa Pio XII.
Como antes afirmado, Santo Antônio é muito querido tanto pelos portugueses, quanto pelos italianos. Além da grande devoção que existe nas cidades de Lisboa e Pádua, Santo Antônio é o padroeiro de muitas outras Igrejas. Aqui no centro de Roma, existe uma igreja muito bela, construída no século XVII para a comunidade portuguesa. A origem da igreja, na verdade, é do século XIV (anos 1300), quando iniciaram os jubileus que atraíam muitos peregrinos de toda a Europa para a cidade de Roma. A primeira igreja foi construída para acolher os portugueses. Com o tempo, a Igreja de Santo Antônio dos Portugueses foi abrigando várias obras de arte, e uma capela dedicada a Santa Maria de Belém, bem como a grande devoção a Imaculada Conceição, a Rainha de Portugal.
Que o grande Santo Antônio nos ajude sempre a crescer no gosto pelas coisas de Deus na oração, na contemplação e na pregação da Palavra! E que os seus ensinamentos de humildade, compaixão e de ternura nos ajudem a sermos consequentes no amor generoso aos irmãos, no bem a ser feito aos empobrecidos e na luta pela justiça social.
Padre Felipe Fabiane, sacerdote da Diocese de Guarapuava – PR. Doutor em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, atualmente é secretário da Nunciatura Apostólica no Zimbabwe, sul da África.