Santo Olavo, o primeiro santo viking

Provavelmente você já assistiu algum filme ou série cujos personagens eram os vikings: homens grandões, violentos, armados com machados e espadas e que viviam se envolvendo em confusões. Mas enfim. Agora, você deve estar pensando: afinal, o que isso tem a ver com a história do santo de hoje? Bem, convido-os para descobrirmos juntos essa relação.

Talvez tenha se tornado comum pensar que o caminho para a santidade é apenas para padres ou religiosos. Muitos até dizem: “isso é coisa de padre”. Bem, para os que pensam assim eis uma novidade: todos somos chamados a ser santos!

Hoje, dia 10 de julho, a Igreja nos convida a contemplar Santo Olavo, que antes da conversão era um viking. Isso mesmo, um viking. Originário de uma família real da Noruega ocorreu que de alguma maneira sua família perdeu o poder. Desta forma, Olavo desde jovem entregou-se à pirataria, algo muito comum dentro da cultura viking.

Entretanto, aconteceu que certa vez Olavo foi a Inglaterra onde se deparou com o Cristianismo. E ao contemplar a vivência Cristã, percebeu que é na cruz que se encontra a plena liberdade e o sentido da vida. Arrependido de seus pecados, procurou um sacerdote com quem confessou seus erros. Assim, tendo encontrado a Verdade e permitido que Ela o encontrasse, no ano de 1015, pelo batismo, Olavo foi inserido no Corpo Místico de Cristo.  

Quando regressou à Noruega, reclamou seu direito ao trono, conseguindo, assim, após um conflito, tirar o usurpador do lugar ao qual não pertencia e assumindo o poder.

Como rei empenhou-se por tornar Cristão todo seu reino, fazendo de tudo para levar seu povo a Deus. Combateu o paganismo através do exemplo e dedicação, saindo muitas vezes a cavalo pregando o evangelho de aldeia em aldeia, construindo igrejas e levando muitos sacerdotes da Inglaterra para evangelizar seu povo. Desta forma, seus biógrafos o comparam com Carlos Magno, que do mesmo modo se empenhou na conversão dos pagãos e na estruturação do Sacro Império Romano.

Entretanto, seu zelo cristão que o impulsionava a lutar pela instauração do cristianismo em seu país, despertou a ira de algumas autoridades influentes, que o obrigaram a se exilar por determinado tempo. Quando retornou, em 1030, foi vítima de um conflito contra os dinamarqueses e morreu em batalha como um genuíno Viking, porém, Cristão.

Através de seus biógrafos, sabemos que após seu falecimento o corpo foi transladado para a Igreja de São Clemente, que se localiza em Noaross na Noruéga, cidade onde residiu durante seu reinado.  A ocorrência de milagres atribuídos a santo Olavo, e seu exemplo de vida, fez com que o Papa Alexandre III, em 1164, o canonizasse. A partir de então, tornou-se comum a peregrinação ao sepulcro, que, ironicamente, se situa na região onde o rei sofria mais rejeição. Ao longo do tempo a devoção popular tornou-se muito forte. Em poucas décadas, após a canonização, ele se tornou o principal santo do atlântico norte. E por isso, muitas igrejas foram construídas em sua homenagem.

Este santo nos ensina com sua vida que a santidade não faz acepção de pessoas nem de posição social, nem dos cargos que a pessoa ocupa, pois ela vem da real contrição pelos pecados cometidos, pelo desejo de amar e servir a Deus e pela total aderência aos projetos divinos que devem ser realizados no dia a dia. .

Santo Olavo, intercedei a Deus por nós!

 

 


Eduardo Correia Nassar, é graduado em Filosofia, atua como Ministro Auxiliar da Sagrada Eucaristia e Catequista na Paróquia Nossa Senhora do Rosário,  em Rosário do Ivaí PR.