Santos Inocentes, protetores de todas as crianças que sofrem violência, apesar de total inocência e do amor especial que o Pai do céu lhes consagra

Reflexão litúrgica: quarta-feira, 28/12/2022,
4º Dia na Oitava do Natal, Festa dos Santos Inocentes, mártires

 

Na Liturgia desta quarta-feira, 4º Dia na Oitava do Natal, a Igreja venera os Santos Inocentes, crianças de Belém sacrificadas pelo Rei Herodes, que tentou se livrar do Menino Jesus.

Na 1a Leitura (1Jo 1,5-2,2), vemos que a busca da comunhão com deus não pode criar arrogância. Tem de se mostrar concreta mediante o testemunho cotidiano e o reconhecimento da própria fragilidade. Além disso, é uma busca que não pode produzir isolamento frente às pessoas e suas necessidades. Não existe comunhão com Deus sem comunhão com os irmãos. A experiência de fé se sustenta na certeza do perdão que provém de deus e se espalha na convivência com os outros.

No Evangelho (Mt 2,13-18), vemos que enquanto no passado Moisés fugiu do Egito, Jesus agora foge para o Egito: a terra prometida se tornou o lugar da violência e da opressão. Jesus realiza no início de sua história um trajeto semelhante ao de Moisés.

Os primeiros capítulos do Evangelho de Mateus sublinham um de seus temas principais: apresentar Jesus como o novo Moisés, que tem o direito de discutir a lei e dispensar dela os seus discípulos. Por isto, Mateus escolhe as tradições da infância de Jesus que estabelecem um paralelo entre ele e Moisés. O nascimento de ambos coincidi com um morticínio de meninos hebreus, ambos vão ao Egito, ambos realizam a palavra: “do Egito chamei meu filho” (Mt 2,15; Os 11,1; Ex 12,37-42). A narração de Mateus não põe a tônica no morticínio em si, porém antes na vocação do novo Moisés, já delineada pelos acontecimentos de sua infância.

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.