São Conrado, eremita da Ordem terceira Franciscana

Você é daquelas pessoas que pensam que para ser santo é preciso acontecer alguma coisa extraordinária, que precisa ter uma visão de Jesus ou de Nossa Senhora?  Se sim, o Santo que vamos conhecer hoje vai te mostrar o contrário; tendo em vista que ele foi motivado a buscar a santidade através de um deslize, isso mesmo, um deslize: ele incendiou plantações sem querer. Sim, ele fez isso. Mas por sorte, ninguém se feriu e ele se converteu. Vamos conhecer melhor a vida desse Santo?

Como sabemos, a Ordem Franciscana fundada por São Francisco de Assis, presenteou a Igreja com muitos santos; entre eles, o Santo que hoje celebramos: São Conrado, membro da Ordem Terceira.

Conrado Confaloniéri nasceu em 1290 e pertencia à uma família que havia adquirido muitos bens. Possuindo muitos bens, usufruía-os com prazeres e alegrias; gostava de festas e diversões. Numa dessas festas encontrou uma bela jovem com quem se casou. Casado, era muito feliz com sua esposa e não poupava gastos com ela.

Entre tantas paixões que Conrado nutria em seu coração, uma delas era a caça. Desta forma, ele sempre se encontrava com seus amigos para caçar. Mas um dia algo que não acontecia com frequência aconteceu, enquanto andava perseguindo uma presa junto de seus amigos caçadores, percebeu que o animal se embrenhou num bosque de difícil acesso e por isso decidiu lançar fogo no matagal para conseguir capturar o bicho. Mas algo imprevisto ocorreu: um incêndio incontrolável destruiu colheitas, granjas e algumas casas da redondeza.

Desesperados com o que haviam provocado, fugiram. Quando chegaram a cidade agiram discretamente, tendo em vista que não havia testemunhas, ficaram tranquilos. Mas os proprietários lesados denunciaram o caso às autoridades, que imediatamente fizeram um inquérito; e como resultado, um caseiro de origem muito humilde que morava nas redondezas foi acusado de ter ateado fogo, e como consequência foi preso e condenado a pena de morte.

Na praça, no momento da execução, Conrado não resistiu. Sua consciência estava pesada. Envergonhado, reconheceu publicamente ser ele o responsável pelo incêndio, de certa maneira, involuntário, desta maneira, salvou a vida do pobre condenado injustamente. Tendo confessado, foi condenado a pagar todos os danos causados. Para isso ele vendeu todos os seus bens e os da esposa e ficou sem nada, numa miséria total.

Mas ele e a esposa não se desesperaram, mas antes aceitaram como um sinal do céu para a salvação de suas almas. A partir desse acontecimento se entregaram a oração e aos planos de Deus, e em pouco tempo, de mútuo acordo, fizeram o voto Josefino e a mulher entrou para o mosteiro das Clarissas. Ele emigrou para a Sicília e na região de Noto iniciou uma vida eremítica. Depois ingressou na Ordem Terceira de São Francisco de Assis e viveu em austeridade e profunda oração durante 36 anos. Com seu exemplo de santidade devida as mortificações que fazia, atraiu peregrinos que pediam conselhos e milagres, que pela graça de Deus com frequência aconteciam. Nas sextas feiras ele descia do monte para visitar os doentes e fazer uma longa oração diante do crucifixo da igreja. aos 61 anos, entrou para a Glória Celeste e foi sepultado na catedral onde costumava rezar, e até hoje suas relíquias são veneradas.

Ao observar a vida de São Conrado, vemos que ele e sua esposa entenderam os sinais de Deus em suas vidas. Deus nos mostra sinais, e por isso precisamos estar sempre atentos aos planos de Deus que se revelam nos acontecimentos grandes e pequenos. Precisamos de discernimento para abraçarmos os planos de Deus. Que São Conrado interceda por nós!

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola. 


Eduardo Correia Nassar, é graduado em Filosofia, atua como Ministro Auxiliar da Sagrada Eucaristia e Catequista na Paróquia Nossa Senhora do Rosário,  em Rosário do Ivaí PR.