São Luís Gonzaga: um jovem coração entregue totalmente a Cristo

Hoje, 21 de junho celebramos a memória do caro patrono da juventude, São Luís Gonzaga (ou São Luís de Gonzaga), que deixou tudo para seguir a vida religiosa, sendo um dos primeiros e mais importantes santos entre os jesuítas. Luís nasceu em 9 de março de 1568, como mais velho dos sete filhos, em Castiglione delle Stiviere, que era parte do Ducado de Mântua, em uma família nobre da Casa de Gonzaga. Como filho primogênito deveria herdar o título de Marquês do seu pai e deveria aprender a ser soldado, pois eram muitas as guerras entre as cidades no seu tempo.

Em 1576, com 8 anos de idade, foi enviado à corte de Francisco I de Médici, em Florença para receber a educação dos nobres. Foi lá que ficou doente, com uma doença nos rins, e na convalescença aproveitou para ler sobre a vida dos santos, e passar o seu tempo em oração. Quando retornou à sua terra natal, o pequeno Luís conheceu o Cardeal Carlos Borromeu, de quem recebeu a primeira comunhão. Depois de ler um livro sobre os jesuítas na Índia, Luís decidiu que queria se tornar missionário. A família mudou-se para Madri em 1581, e Luís começou a pensar a sério em como entrar em uma ordem religiosa, inclinando-se para a ordem jesuíta.

Quando a família voltou para a Itália, em 1584, o jovem insistia no seu propósito, apesar de tantos o desencorajarem e apesar da ira do seu pai. Se se tornasse religioso, ele deveria renunciar a todos os direitos de herança ou status na sociedade. Em novembro de 1585, o jovem foi a Roma, sendo acolhido na casa romana do Cardeal Scipione Gonzaga, seu primo. Em 25 de novembro de 1585, foi finalmente acolhido na Companhia de Jesus (entre os jesuítas). Mas sua saúde continuou a debilitar-se: além do problema nos rins, passou a sofrer com uma doença de pele, dores de cabeça crônicas e insônia. Em 25 de novembro de 1587 fez os três votos de castidade, pobreza e obediência, e em 1588 começou a estudar teologia para se preparar para a ordenação sacerdotal.

Em 1591, uma peste eclodiu em Roma. Os jesuítas abriram um hospital os feridos e Luís se ofereceu para trabalhar lá, apesar da saúde frágil. Lá ele lavava e alimentava as vítimas, preparando-os para receber os sacramentos. Um tempo depois, seguindo as ordens dos seus superiores, foi transferido para cuidar dos doentes em outro hospital, onde aquelas que tinham doenças contagiosas não eram admitidos. Enquanto estava lá, ao cuidar de um doentes, que estava infectado, Luís ficou doente ficou de cama em 3 de março de 1591. O jovem jesuíta tinha tido uma visão no ano anterior, predizendo a sua morte próxima e, agora, teve outra visão, afirmando que este morreria na véspera de Corpus Christi. Em 21 de junho de 1521, sentiu que morreria pouco antes que o dia terminasse. De fato, ele expirou pouco antes da meia noite. Os dois jesuítas que testemunharam a sua morte, viram que ele tinha os olhos fixos no crucifixo e, enquanto tentava pronunciar o nome de Jesus, ele morreu.

Luís foi sepultado na Igreja da Santíssima Anunciação, que mais tarde se tornou a Igreja de Santo Inácio de Loyola, em Roma. Ele foi beatificado apenas quatorze anos depois da sua morte, pelo Papa Paulo V, em 19 de outubro de 1605 e, foi canonizado em 31 de dezembro de 1726, pelo Papa Bento XIII. Em 1729, foi proclamado padroeiro dos jovens estudantes. Em 1926, o Papa Pio XI o proclamou padroeiro de toda a juventude cristã. Mais tarde, pela sua coragem em cuidar dos doentes incuráveis, foi considerado o patrono dos pacientes com AIDS e dos seus cuidadores.

A principal virtude de São Luís Gonzaga foi a pureza de vida. Um jovem rico nas suas obras

interiores, que ofereceu o testemunho de um grande amor a Deus. Ele não se deixou levar pelas glórias mundanas, pelas frivolidades do mundo, consagrou a vida e o coração ao Senhor, numa curta existência fecunda na penitência e no amor. Com isso, queremos nós também nos deixar levar pelo seu exemplo de jovem todo de Cristo. Façamos nossas as palavras da Oração Coleta da missa da memória deste Santo:

«Ó Deus, fonte dos dons celestes, reunistes no jovem Luís Gonzaga a prática da penitência e a admirável pureza de vida. Concedei-nos, por seus méritos e preces, imitá-lo na penitência, se não o seguimos na inocência». 


Padre Felipe Fabiane, sacerdote da Diocese de Guarapuava – PR. Doutor  em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, atualmente é secretário da Nunciatura Apostólica no Zimbabwe, sul da África.