São Marcelino de Cártago

Marcelino foi um sábio e dedicado religioso, era amigo e discípulo de Agostinho, bispo de Hipona, depois canonizado e declarado doutor da Igreja. Foi vítima de um dos lamentáveis cismas que dividiram o cristianismo, influências políticas, como o donatismo, que levaram esse honrado cristão à condenação e ao martírio.
Tudo começou em 310 quando foi contestada a validez da eleição do bispo de Cartago, Ceciliano, porque foi consagrado por bispos traidores. Eram considerados traidores os que haviam entregue os livros sagrados para serem queimados, conforme o decreto do imperador Diocleciano.
O bispo Donato tinha uma posição radical oposta ao bispo Ceciliano. Para Donato a Igreja é a sociedade dos santos e por isso os sacramentos administrados por pecadores são inválidos. Havia inegavelmente influências regionais e sociais na questão. Os seguidores do bispo Donato, portanto, tornaram-se os donatistas, e a Igreja dividiu-se.
Em Cartago, Marcelino ocupava dois cargos de grande importância: era tabelião e tribuno, funcionando, assim, como um porta-voz da população diante das autoridades do Império Romano. Era muito religioso, ligado ao bispo Agostinho, de Hipona, reconhecido realmente como homem de muita fé e dedicação à Igreja. Algumas obras escritas pelo grande teólogo bispo Agostinho partiram de consultas feitas por Marcelino. Foram os tratados “sobre a remissão dos pecados”, “sobre o Espírito”, e o mais importante, “sobre a Trindade”, porém nenhum deles pôde ser lido por Marcelino.
Quando Marcelino se opôs ao movimento donatista, em 411, foi denunciado como cúmplice do usurpador Heracliano e condenado à morte. Apenas um ano depois da execução da pena é que o erro da justiça romana foi reconhecido pelo próprio imperador Honório. Assim, a acusação foi anulada e a Igreja passou a reverenciar são Marcelino como mártir. Sua festa litúrgica foi marcada para o dia 6 de abril, data de sua errônea execução.
Reflexão
Marcelino foi morto porque, mesmo diante de falsas acusações, manteve sua fé em Cristo. Ele sabia que todos nós somos santos e pecadores e que seria impossível querer servir a Deus sendo perfeitamente santo. A santidade é conquistada no dia-a-dia e ninguém nasce santo. Sejamos perseverantes na conquista da santidade e, sobretudo, confiemos na graça de Deus, que distribui largamente o dom da perfeição cristã.

Fontes: Um santo de cada dia; Liturgia Diária; Católico Orante; Site Vaticano News

 


Amanda Mell, é Ministra Auxiliar da Sagrada Eucaristia, integrante da PASCOM, Assessora da Juventude e  Coordenadora do Grupo de Jovens Luz do Mundo da Paróquia Santa Clara, Candói – PR.