Nesta segunda feira a igreja celebra São Pacômio (abade). A extraordinária vida dos eremitas, com suas mortificações ás vezes excessivas seria na realidade a tradução prática do Evangelho? Sua solidão podia de fato esconder as insídias do orgulho? Para eliminar este perigo, um monge egípcio do século IV, São Pacômio, teve a ideia de nova forma de vida monástica: o cenobitismo ou vida comum, em que a disciplina e a autoridade substituíam a anarquia dos anacoretas. Ele educou os seus discípulos na vida e comum, constituindo pouco distante das margens do Nilo a primeira ‘Koinomia”, comunidade cristã, nos moldes da fundada pelos apóstolos em Jerusalém, baseada na comunhão de oração, de trabalho e de refeição, e concretizada no serviço recíproco. O documento fundamental que regulava esta vida era a Sagrada Escritura, quo o monge decorava e recitava-a em silêncio (ou em voz baixa) enquanto trabalhava em serviços manuais. Essa era também a principal forma de oração: contato com Deus mediante o sacramento da palavra.
Pacômio nasceu no Alto Egito, no ano 287, de pais pagãos. Engajado à força no exército imperial com a idade de vinte anos, acabou prisioneiro em Tebas com todo os outros recrutas. Protegidos pela escuridão, alguns cristãos levaram-lhes comida. O gesto dos desconhecidos comoveu Pacômio, que lhes perguntou quem os havia levado a fazer aquilo. “O Deu dos céus”, foi a resposta dos cristãos. Naquela noite Pacômio orou a Deus dos cristãos pedindo que o livraste das correntes, comprometendo-se em troca dedicar-lhe a própria vida ao seu serviço. Obtida a liberdade, cumpriu a promessa agregando-se a uma comunidade cristã de um povoado do sul, o atual Kasr-es-Sayad, onde teve instrução necessária do batismo.
Durante algum tempo conduziu vida de asceta, dedicando-se ao serviço da gente do lugar, depois se submeteu á guia de velho monge, Palamon por sete anos. Durante um intervalo de solidão no deserto, uma voz misteriosa convidou-o a fixar sua morada naquele lugar, ao qual ao logo teriam vindo numerosos discípulos. Na época de sua morte os mosteiros masculinos já eram nove, mais um feminino. Ficou desconhecido o lugar da sepultura do santo, pois no seu leito de morte fez o discípulo Teodoro prometer que esconderia seu corpo para evitar que sobre o seu túmulo se construísse igreja, imitando o costume de construir capelas sobre as sepulturas de mártires.
São Pacômio, Rogai por nós!
Fonte: “ Um Santo para cada Dia”/ Mario Sgarbossa, Luigi Giovanni, ( Tradutor Onofre Ribeiro). – São Paulo: Paulus, 1983
Padre Adriano José Cruzeiro, é sacerdote da Congregação dos Oblatos de Cristo Sacerdote. Técnico Agrícola, estudou na Escola Dona Sebastiana de Barros em São Manuel – SP. Lincenciado em Filosofia pelo Centro Universitário Salesiano – Unisal – Lorena – SP, Bacharel em Teologia pela Faculdade Dehoniana – Taubaté- SP, Bacharel em Direito pelo Centro Universitário Salesiano – Unisal – Lorena – SP, e pós-graduando em Direito Matrimonial e Processual Canônico pelo Centro Universitário Claretiano – Batatais – SP.