Mt 16,13-19
Neste final de semana, celebramos a Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo. Desde o século III, a Igreja une a celebração dos dois apóstolos numa única liturgia. Pedro e Paulo são considerados as colunas da Igreja, pois o testemunho de fé e a fidelidade desses dois apóstolos ao Cristo Jesus foram fundamentais para o desenvolvimento e a difusão do movimento iniciado pelo Filho de Deus.
No Evangelho proposto pela Liturgia para a celebração dessa solenidade, Mateus nos revela a identidade e a missão de Jesus de Nazaré. O Mestre quer uma síntese de sua pessoa. “Quem dizem os homens ser o filho do homem?” (v. 13) As repostas revelam que as pessoas ainda não tinham entendido Jesus. (v. 14) No entanto, das velhas opiniões do povo, passamos para certeza dos seguidores do Mestre: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (v. 15) A resposta de Pedro não poderia ser melhor e resume toda a identidade e missão de Jesus. “Tu és o Messias, o Filho do Deus Vivo”. (v. 16) A palavra Messias, em hebraico משיח (Mashiah) e em grego Χριστός (Christós), significa Ungido. Jesus é o Ungido de Deus, isto é, a presença libertadora do Deus de Israel na vida do seu povo. No entanto, o messianismo de Jesus é diferente. O Cristo Jesus não é um líder político, social ou religioso, como muitos esperavam. Ele é o próprio Filho de Deus. O messianismo de Jesus não se dará através de um sistema político, de lutas armadas ou de uma nova doutrina, mas por meio da adesão livre e pessoal ao seu projeto de vida.
Pedro e Paulo eram homens completamente diferentes. Pedro era de Betsaida, Paulo gozava do privilégio de cidadania romana; Pedro era pescador, Paulo era fariseu; Pedro foi uma das primeiras testemunhas da ressurreição, Paulo sequer conheceu Jesus pessoalmente; Pedro era o líder dos apóstolos, Paulo era perseguidor dos cristãos; Pedro é o apóstolo dos judeus, Paulo, o apóstolo dos pagãos. O que fez com que a Tradição reconhecesse esses dois homens como símbolo do Colégio Apostólico? A fé em Jesus Cristo. A fé é a rocha firme sobre qual se edifica da Igreja de Cristo. (v. 18) Por isso, precisamos superar as caricaturas que pintamos de Deus e aproximarmo-nos do Senhor com o coração livre e sincero para que Ele se revele a nós. (v. 17) Da mesma forma que Jesus contou com Pedro e Paulo, Ele conta com cada um de nós na edificação do seu povo. Precisamos reconhecer os dons que Deus nos deu e deixarmos que o Cristo Jesus realize sua obra em nós para que a Verdade Libertadora da Salvação fecunde e fermente o mundo. No seguimento do Cristo, não bastam somente palavras: é preciso comprometer-se.