São Roberto Belarmino: profunda sabedoria e amor à Igreja

Neste dia 17 de setembro, celebra-se memória de São Roberto Belarmino, um dos seus grandes doutores e um dos mais sábios santos da Igreja. Roberto Belarmino nasceu em Montepulciano, no centro da Itália, em 4 de outubro de 1542, e desde pequeno se destacou por sua grande inteligência. Seguindo os conselhos da sua mãe, que dizia que as honras do mundo são passageiras, Roberto foi admitido na Companhia de Jesus (Jesuítas), em Roma, em 21 de setembro de 1860, aos seus dezoito anos.

Foi ordenado sacerdote em 25 de março de 1570, e já no mesmo ano começou a ensinar Teologia na prestigiosa Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica, atividade que continuou até 1576. Ensinou teologia, filosofia, matemática e astronomia.

São Roberto teve um papel muito importante na aplicação do Concílio de Trento, pois era responsável pela formação dos teólogos e pregadores que deveriam defender a fé. Com esse intuito, escreve também vários livros para a defesa da fé, entre os quais um que se chamou “Controvérsias”, na qual explana sobre os seus três grandes amores, a Palavra de Deus, de Cristo e a do Sumo Pontífice. Foi também o autor dois catecismos (um resumido e outro explicado), os quais explicavam a doutrina e o credo da Igreja e estiveram em vigor até o Papa Pio X (1835-1914). Nos seus últimos anos de vida, escreveu também algumas obras de devoção e espiritualidade, das quais se destaca o “Comentário aos Salmos”.

Foi diretor espiritual do Colégio Romano, onde se formavam os jesuítas, e os alunos muito o respeitavam e o admiravam. O Papa Clemente VIII, em 3 de março de 1599 nomeou Roberto Belarmino cardeal e logo arcebispo, com esta motivação: “Nós o escolhemos porque não há na Igreja de Deus outro que possa equiparar-se a ele em ciência e sabedoria”. Este aceitou a nomeação muito a contragosto, embora sempre foi motivado a servir a Igreja. Por isso, lutou contra algumas ideias heréticas que existiam no seu tempo, tendo atuado nas sessões do julgamento de Giordano Bruno. Este cientista foi condenado porque não se retratou da suas opiniões de que os seres humanos reencarnam, que Satanás seria salvo por Deus, além de negar a doutrina da Santíssima Trindade, a divindade de Jesus e a virgindade perpétua de Maria, entre outras ideias contra a sã doutrina da Igreja Católica.

No final da sua vida, Roberto Belarmino estava em Roma, trabalhando na Biblioteca Vaticana. Quando ficou muito doente, em setembro de 1621, os confrades foram testemunhas do último diálogo dele com Deus: “Ó meu Deus, dai à minha alma, asas de pomba para que possa voar para junto de vós”. Assim, morreu no dia 17 de setembro de 1621. O santo ensinava com grande clareza e com o seu exemplo de vida, que não pode haver uma verdadeira reforma da Igreja, se antes não houver a nossa reforma pessoal e a conversão do coração.

A Igreja reconheceu a grande fé e a grande sabedoria de São Roberto Belarmino quando este foi beatificado em 1923, pelo Papa Pio XI. Em 1930, foi canonizado, e pelo seus escritos, e, em 17 de dezembro de 1931, foi declarado doutor da Igreja. O seu corpo repousa num dos altares Igreja de Santo Inácio de Loyola, em Roma, ao lado de outros santos jesuítas, como São Luís Gonzaga. Que São Roberto Belarmino nos ajude a descobrir, entender e defender a nossa fé, e que interceda por nós para que sejamos sábios!


Padre Felipe Fabiane, sacerdote da Diocese de Guarapuava – PR. Doutor  em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, atualmente é secretário da Nunciatura Apostólica no Zimbabwe, sul da África.