“Se puderam adquirir tanta ciência para poder perscrutar o universo, como não puderam encontrar o criador?”

Reflexão litúrgica: sexta-feira, 17/11/23,
32ª Semana do Tempo Comum, Memória de Santa Isabel da Hungria., religiosa

  Na Liturgia desta sexta-feira, 32ª Semana do Tempo Comum, na 1a Leitura (Sb 13,1-9), vemos que muitos homens ficaram extasiados diante da ordem e a beleza do mundo, os antigos chegaram a divinizar os seres da natureza e os fenômenos do universo. O autor, porém, mostra que estes são apenas testemunhas visíveis do Criador invisível. Israel deu um passo à frente no conhecimento de Deus: demitizou a natureza e proclamou a presença e ação do Deus vivo, que vai conduzindo a humanidade para a vida.

No Evangelho (Lc 17,26-37), Lucas nos diz que cabe a cada um de nós apressar a vinda do Senhor, Ele se manifestará plenamente quando for “tudo em todos”, por isso devemos despertar para o essencial, despojarmo-nos de ações de trevas, não ficar adormecidos, “pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes da terra”.

Quando Jesus voltará, não sabemos, mas o evangelho responde como nos comportarmos enquanto Ele não chega: vigilância constante – Deus nos visita a todo momento.

Os que estão absorvidos pelos desejos da carne podem correr o risco de reduzir-se a uma vida instintiva (os animais comem, bebem, dormem, se reproduzem e não passam disso). Sem alimentar a vida espiritual, isto é, com a falta de Deus no coração humano, tudo poderá vir a ser permitido e ser normal, perde-se o senso da ética, do limite e da responsabilidade. Mas viver a vigilância é cuidar de si, cuidar das pessoas e da casa de Deus; ser vigilante é construir a esperança não só para si, mas também para os outros. Ser vigilante é uma questão de sensibilidade: pelo presente vemos o futuro. Exemplo: o Faraó, no Egito, não percebeu os sinais diante da realidade, enquanto Moisés viu os sinais dos tempos e, com a ajuda de Deus, libertou todo o povo da escravidão.

Enfim, ser vigilante é viver em comunhão com Deus para vencer todos os obstáculos, os problemas não devem nos derrotar, pois “em Cristo somos mais que vencedores”. Acolhamos a palavra deste Evangelho e reforcemos nossa experiência com Deus por meio da oração: “Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem”.

Concluo esta reflexão com as palavras do Salmo (25): “Vem, Senhor, nos salvar, vem, sem demora, nos dar a paz!”

Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.

 


Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.