Ser especial

Há pessoas que são seres especiais! Você sente que elas são diferentes. Delas irradia uma luz própria, que as faz serem pessoas especiais. Ao nos aproximarmos delas, sentimentos uma energia positiva que brota delas, que contagia todo o entorno. Conheço várias pessoas que são assim. Estar na presença delas é tudo que se quer! A gente se sente enriquecido, com aquilo que vem destas pessoas. São pessoas privilegiadas, pois as vejo como um dom recebido do próprio Deus. Uma dádiva, portanto, para elas e para nós que convivemos com elas. Vocês também não conhecem pessoas assim?

Aliás, todos nós temos os nossos dons. Por mais que alguém fale que não possui dom algum, isso não é verdade! Nascemos com estes dons. E quando falo de dom, não estou me referindo aos talentos. O talento está mais ligado a parte genética ou a um determinado desempenho que eu alcanço, fruto de muito treinamento e aprendizagem. Por exemplo, tocar violão. Já os dons estão mais ligados a ação de Deus em nossas vidas, pela força do Espírito Santo.

Na carta de São Paulo aos Romanos, Paulo enumera alguns dons, que ele acha fundamentais, para a vivência da fé cristã. Diz ele: “temos dons diferentes, conforme a graça concedida a cada um de nós. Quem tem o dom da profecia, deve exercê-lo de acordo com a fé; se tem o dom do serviço, que o exerça servindo; se do ensino, que ensine; se é de aconselhar, aconselhe; se é de distribuir donativos, faça-o com simplicidade; se é de presidir à comunidade, faça-o com zelo; se é de exercer misericórdia, faça-o com alegria.” (Rm 12, 6-8). É a chamada diversidade de dons, que só faz enriquecer as nossas vidas, com cada um exercendo os dons que recebeu de Deus.

Muito embora que, nas nossas comunidades, a vivência destes dons não se dá assim de forma tão tranqüila. Há um clima de inveja terrível nestas comunidades, quando nos deparamos com uma pessoas que tem os seus dons muito claramente, e os exerce a serviço da comunidade. Logo, começam aparecer os olhares invejosos daqueles que, ao invés de viver os dons que possui, fica mais preocupado com os dons do outro. Quando esta situação acontece, vindo da liderança religiosa, a coisa é mais terrível ainda. Numa destas nossas comunidades, conheci uma pessoa, que tinha o dom espetacular de agregar as pessoas e procurar tirar de cada uma delas o melhor que podiam dar. Uma pessoa que somava com as demais pessoas. Não demorou muito para que algumas pessoas se organizassem para por para fora da comunidade aquela pessoa.

É talvez o que Jesus quis nos dizer quando conta a parábola dos talentos. Esta narrativa é de Mateus: “Um homem, chamando seus empregados, entregou seus bens a eles. A um deu cinco talentos, a outro dois, e um ao terceiro: a cada qual de acordo com a própria capacidade. Em seguida, viajou para o estrangeiro. O empregado que havia recebido cinco talentos, lucrou outros cinco. O que havia recebido dois lucrou outros dois. Mas, aquele que havia recebido um só, cavou um buraco, e escondeu o dinheiro do seu patrão. Depois de muito tempo, o patrão voltou, e foi ajustar contas. O empregado que havia recebido cinco talentos, entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei. O patrão disse: Muito bem, empregado bom e fiel! Como você foi fiel, eu lhe confiarei muito mais. Venha participar da minha alegria. Chegou também o que havia recebido dois talentos: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei. Muito bem, empregado bom e fiel! Como você foi fiel, eu lhe confiarei muito mais. Venha participar da minha alegria. Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento: Senhor, eu sei que tu és um homem severo, colhes onde não plantaste, e recolhes onde não semeaste. Por isso, fiquei com medo, e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence. O patrão lhe respondeu: Empregado mau e preguiçoso! Você sabia que eu colho onde não plantei, e que recolho onde não semeei. Então você devia ter depositado meu dinheiro no banco, para que, na volta, eu recebesse com juros o que me pertence. Em seguida o patrão ordenou: Tirem dele o talento, e dêem ao que tem dez.” (Mt 25, 14-28)

É como se o próprio Jesus nos dissesse para colocar a serviços todos os dons que recebemos. Mais uma vez, mostra-nos que não devemos desperdiçar as oportunidades que Deus vai dando-nos ao longo das nossas vidas, produzindo bons frutos e resultados positivos para a vida das outras pessoas. Resta ainda perguntar: você se sente um ser iluminado? Quais são os seus dons? O que você tem feito com os dons que recebeu de Deus? Seja você a pessoa iluminada que gostaria de ver nas outras pessoas.