Todas as culturas são construções históricas. Cada povo possui forma própria de organização de núcleos familiares, de parentesco e relações sociais mais amplas. As práticas de vida tornam-se tradições. Os povos possuem muitas práticas boas que fazem bem às pessoas. Porém, existem práticas que não fazem bem às pessoas, pois desarticulam a boa convivência, o respeito, o amor, a confiança e a alegria. Diante dessas práticas a comunidade estabelece normas para a orientação da vida de seus membros.
O Evangelho nos apresenta práticas que preocupam todas as sociedades humanas. Os livros do Antigo Testamento já tratavam dos temas do adultério (v. 27) e do divórcio (v. 31). Criaram normas para tratá-los. Os livros do Novo Testamento e outras legislações das sociedades possuem resoluções próprias. As situações de adultério e o divórcio estão presentes em muitas famílias e comunidades. Algumas vezes são pessoas bem próximas de nós, são amigos e parentes.
Jesus, também sente na pele a dificuldade de solucionar essas práticas. Ele aponta para os seus seguidores e seguidoras um caminho novo que passa pela conversão total da pessoa. A vivência do amor ao próximo, o amor conjugal e o compromisso matrimonial deve ultrapassar à mera formalidade de prometer a fidelidade. Jesus propõe criar e cultivar o coração novo, capaz de expressar atitudes profundas de respeito para si e para com outras pessoas. Todos nós precisamos ser vigilantes e atentos para que os nossos instintos, sentimentos e emoções não nos traiam. Parece difícil chegar ao nível de vida que Jesus nos propõe cortar pela raiz o que pode nos desviar do foco. Ele mesmo é a nossa inspiração (Luz, Verdade e a Vida). De nossa parte devemos ter a coragem de entregar a nossa vida, nossas preocupações e dificuldades aos cuidados de Deus. Diariamente precisamos cultivar a oração pessoal, familiar e comunitária. Nos relacionamentos com outras pessoas há necessidade de cultivar o diálogo, compreensão, perdão recíproca, incentivar e motivar a viver bem diariamente.