Reflexão litúrgica: sexta-feira,
12/01/2024, 1ª Semana do Tempo Comum
Na Liturgia desta sexta-feira, 1ª Semana do Tempo Comum, na 1a Leitura (1Sm 8,4-4.10-22a), vemos neste texto uma versão desfavorável à criação de um poder político central. O povo se sente inseguro, vê a corrupção, e pede um novo regime. O grande risco desse novo regime será o de abandonar o projeto de Deus, para repetir exatamente o regime dos cananeus, que as tribos até agora tinham combatido. Samuel deixa tudo bem claro, ao mostrar o direito do rei: em poucas palavras, o rei e sua corte formarão uma classe que viverá à custa da exploração e opressão sobre o povo. A resposta do povo (v. 20) mostra que, por trás do desejo de segurança, há um grande desconhecimento do que significa viver como as outras nações. Preferir um poder centralizado – para o qual o povo delega todas as decisões – em vez de um poder participado, é o caminho inevitável para a escravidão. O texto faz pensar nas sérias consequências de escolher um regime político e votar em governantes. Até que ponto essas autoridades vão representar os interesses do povo e servir ao bem comum?
No Evangelho (Mc 2,1-12), vemos que a ação de Jesus está a serviço da libertação integral do ser humano. Jesus cura e salva para mostrar a profundidade da intervenção de Deus na vida dos seres humanos, para fazê-los livres e responsáveis. O paralítico que Jesus cura, neste Evangelho, é a humanidade inteira, são todos os necessitados, isto é, todos aqueles que são incapazes de caminhar com suas próprias forças. Depois do encontro com Jesus, a pessoa se torna livre, se torna uma pessoa nova. A comunidade que somos nós, Igreja Corpo Místico de Cristo, tem poder quando, com fé, leva as pessoas a Jesus. A comunidade deve superar os obstáculos e preparar o acolhimento por meio de sua organização pastoral, por meio das CEBs, Grupos de Oração, das instituições que trabalham com muitos paralíticos de alma, excluídos, afastados e tantos outros, pois só assim haverá o encontro verdadeiro com Jesus. Havendo o encontro, haverá a cura e esta não será um bem somente para a própria pessoa, mas, também, para a família, para a Igreja e para toda a sociedade. Pessoas novas viverão num mundo novo.
Boa reflexão e que possamos produzir muitos frutos para o Reino de Deus.
Padre Leomar Antonio Montagna é presbítero da Arquidiocese de Maringá, Paraná. Doutorando em Teologia e mestrado em Filosofia, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR – Câmpus de Curitiba. Foi professor de Teologia na Faculdade Missioneira do Paraná – FAMIPAR – Cascavel, do Curso de Filosofia da PUCPR – Câmpus Maringá. Atualmente é Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças em Sarandi PR.